Da rachadinha a protesto, rota do choque Moro x Bolsonaro passou por filhos
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Desde que tornaram-se públicas as acusações de "rachadinha" contra o senador Flávio Bolsonaro e seu auxiliar dos tempos de Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Fabrício Queiroz, o presidente Jair Bolsonaro acalentou esperança de que Sergio Moro colocasse freios no trabalho da Polícia Federal. Com o tempo, viu que isso não aconteceria.
A certeza absoluta de que Moro não estava disposto a proteger seus filhos veio quando, depois que o advogado de Flávio conseguiu no Supremo Tribunal Federal a suspensão da investigação do Ministério Público do Rio, o ministro da Justiça foi a Dias Toffoli pedir que a decisão fosse revertida. Irritado, Bolsonaro repreendeu Moro e disse que se ele não fosse ajudar, que não atrapalhasse.
Com a abertura do inquérito do STF, sobre os ataques de fake news aos seus ministros e ao Congresso, o presidente viu o cerco se fechar sobre seus filhos Carlos e Eduardo. A pressão que fazia sobre Moro para mudar o diretor-geral da PF tornou-se assunto recorrente.
O avanço das investigações e o acréscimo de apurações de casos semelhantes envolvendo os mesmos personagens (CPMI das Fake News e o inquérito sobre organizadores e patrocinadores da manifestação golpista no último domingo) fez a apreensão presidencial aumentar.
Na despedida de hoje, o ex-ministro e ex-juiz não teve meias palavras. "O presidente tinha preocupação com inquéritos em curso no STF", escancarou.
Ao sentir o risco cada vez mais perto de seus filhos, em especial de Eduardo, como a coluna informou, Bolsonaro perdeu todos os pudores.
Moro traçou a linha que não poderia ultrapassar. O divórcio entre os dois estava selado.
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