Freixo defende doação de Armínio Fraga a candidato e ameaça deixar PSOL
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A reação negativa de segmentos do PSOL à doação recebida por Wesley Teixeira, candidato do partido a vereador na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, desagradou o deputado federal Marcelo Freixo a ponto de ele ameaçar sair da legenda.
Wesley recebeu R$ 78 mil para a campanha eleitoral, doados por personalidades como Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, Beatriz Bracher , herdeira do Banco Itaú, e o cineasta João Moreira Salles, da família dos fundadores do banco. Algumas correntes do PSOL alegam que é contra o estatuto do partido receber doação de grandes empresários e especuladores financeiros.
Freixo, no entanto, não concorda com esse tipo de restrição e na noite de ontem, durante a plenária virtual, disse que pode procurar novos rumos por causa desse episódio. "Se formalizarem alguma tentativa de impugnar a sua candidatura, Wesley, eu saio do PSOL, porque não tem condições de eu ficar em um partido que não vê o tamanho do que você representa para a democracia brasileira", disse ele, segundo o relato dos jornalistas Fernanda Alves e Rayanderson Guerra, de O Globo, confirmado pela coluna.
À coluna, Freixo explicou sua posição. "Conheço o Wesley desde menino, é um jovem evangélico que faz trabalho de educação popular, é um rapaz muito valioso", contou o deputado. "Ele recebeu ajuda sem nenhuma contraproposta, sem nenhuma condição. Estamos vivendo um momento de enfrentamento de extrema-direita em que temos que dialogar com setores mais amplos".
O parlamentar acredita que é momento para a esquerda diversificar alianças."Se tem alguém que nunca pensou em financiar uma candidatura como a do Wesley e nesse momento entende que é importante eleger, vamos eleger", defende. " Não há contrapartida".
As críticas às doações de Armínio Fraga, Beatriz Bracher e João Moreira Salles são baseadas em um trecho do estatuto do PSOL que diz: "Não serão aceitas contribuições e doações financeiras provindas, direta ou indiretamente, de empresas multinacionais, de empreiteiras e de bancos ou instituições financeiras nacionais e/ou estrangeiros".
Durante a plenária virtual, porém, Freixo argumentou que na campanha à Prefeitura do Rio, em 2012, recebeu doações de Guilherme Leal, dono da Natura, e não houve ameaça de impugnação.
Marcelo Freixo foi o segundo deputado federal mais votado do Rio, em 2018, com 342.234 votos, ficando atrás apenas de Helio Lopes (PSL). Este ano ele foi escolhido pelo Prêmio Congresso em Foco como o melhor deputado do país.
"O partido tem uma direção da qual eu não faço parte, a direção tem que se manifestar. Só posso dizer é que Wesley tem o meu apoio e vou fazer campanha para ele", reiterou o parlamentar.
A coluna procurou por WhatsApp a presidente estadual do PSOL para comentar o caso, mas não recebeu resposta até a publicação deste texto.
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