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Chico Alves

Nenhum prefeito deixou situação tão caótica, diz Pedro Paulo sobre Crivella

O prefeito Eduardo Paes dá posse a Pedro Paulo Carvalho na Secretaria Municipal de Fazenda - Beth Santos/ Prefeitura do Rio
O prefeito Eduardo Paes dá posse a Pedro Paulo Carvalho na Secretaria Municipal de Fazenda Imagem: Beth Santos/ Prefeitura do Rio

Colunista do UOL

05/01/2021 04h00

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Mesmo repetindo que antes de assumir já estimava o rombo fiscal que teria pela frente, o novo secretário municipal de Fazenda e Planejamento do Rio, Pedro Paulo Carvalho, não fez por menos ao definir como a gestão de Marcelo Crivella deixou a Prefeitura. "Jamais na história da cidade um prefeito passou para o outro uma situação tão caótica", disse Pedro Paulo à coluna.

"Falo do ponto de vista da desorganização da cidade, das suas contas e até dos serviços mais básicos", continua o secretário.

"No cofre encontramos apenas R$ 69 milhões e as dívidas são muitas. Somente com a demanda do secretário de Educação, que pediu para religar a internet, gasto algo em torno de 15 milhões para quitar essa dívida. Há fornecedores de saúde, salário sem pagar de dezembro, 13º salário", lamenta Pedro Paulo. "O déficit é gigantesco, mas está próximo do que estimava".

Ele promete, no entanto, não ficar se lamentando por muito tempo da administração anterior. "Sabemos que o problema agora é nosso, é arregaçar as mangas e resolver", garante. "Não vamos fazer como o Crivella, que ficou quatro anos falando do Eduardo Paes".

O desafio imediato do secretário de Fazenda é buscar recursos para pagar o salário de dezembro e o 13º salário dos servidores municipais.

"Não tenho como falar em 13º quando não tenho um centavo para pagar dezembro, o objetivo é não quebrar a regularidade do salário em dia", explica Pedro Paulo. "Estou encarando o 13º como dívida herdada. Como prioridade, claro, mas será quitado a médio e longo prazo".

Outra questão prioritária a ser enfrentada em breve é o déficit previdenciário da Prefeitura do Rio. A solução mais provável é passar a alíquota do desconto da previdência de 11% para 14%.

"Se me perguntar se sou a favor do aumento da alíquota, claro que não. Sou político, gosto de dar boas notícias para o servidor", admite Pedro Paulo. "Mas é preciso ver qual é o buraco".

Para mostrar a extensão do rombo, ele convocou uma técnica do Tribunal de Contas do Município, especialista em cálculo atuarial e auditora previdenciária. "Vamos mostrar tudo claramente e a partir desse diagnóstico estudaremos as possibilidades".