Líder caminhoneiro sobre apelo de Bolsonaro contra greve: "Não convence"
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Presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, respondeu ao apelo feito por Jair Bolsonaro para que os caminhoneiros não façam greve na próxima semana, como estão anunciando. "Nesse momento esse apelo não nos convence", diz Chorão. "Quem está fazendo apelo desde 2018 somos nós".
Ao sair do Ministério da Economia na tarde de hoje, o presidente da República comentou a apoiadores: "Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia do Brasil. Apelamos para eles que não façam greve, que todos nós vamos perder".
No entanto, Chorão, que foi um entusiástico apoiador de Bolsonaro até o ano passado, rebate dizendo que avanços conquistados pela categoria não foram postos em prática pelo governo.
"Queremos que ele chame o ministro Tarcisio Freitas, da Infraestrutura, o pessoal da Agência Nacional de Transporte Terrestre e coloque fiscalização para garantir as nossas conquistas legais, como o piso mínimo do frete, a isenção do pedágio para o caminhoneiro contratado e outros itens", diz o presidente da Abrava.
A isenção da carga tributária sobre os derivados de petróleo é mais uma entre várias reivindicações.
A categoria dos caminhoneiros foi uma das que manifestou grande apoio à campanha de Bolsonaro à Presidência, em 2018. Chorão era um desses apoiadores.
Agora, o líder caminhoneiro se diz traído pelo presidente da República que, segundo ele, não cumpriu suas promessas de campanha. Outras entidades da categoria pensam o mesmo e a adesão à greve anunciada para o dia 1º de fevereiro tem crescido.
"A cada dia que passa está aumentando mais a temperatura", avalia ele.
No entanto, Chorão se diz apreensivo com grupos que estão levantando questões paralelas aos interesses da categoria. Ele diz que alguns deixam de lado as questões objetivas para se colocar a favor ou contra o presidente, uns falando a favor do impeachment, outros contra STF.
"Eu não participo dessas pautas políticas, só participo dos assuntos relativos à categoria do transporte", diz.
O caminhoneiro admite que em 2018 foi o próprio Bolsonaro que inaugurou a politização do movimento. "Parece aquele ditado 'quem com ferro fere. Com ferro será ferido'", diz Chorão. "Mas a verdade é que a politização do movimento me preocupa".
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