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Falta da segunda dose de CoronaVac é a cereja do bolo ruim de Pazuello
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Difícil dizer qual foi a maior barbeiragem do general da ativa Eduardo Pazuello em sua passagem desastrosa pelo Ministério da Saúde. Atraso de meses na compra de vacinas, apoio ao uso de remédios ineficazes contra a covid-19, não utilização de testes para detectar a doença, escassez de oxigênio e kits intubação? São muitas opções de trapalhadas.
Em meio às muitas demonstrações de imperícia administrativa de Pazuello, porém, uma teve consequências importantes que apareceram nos últimos dias.
A orientação para que os municípios utilizassem todas as doses que receberam da vacina CoronaVac para a primeira aplicação, sem precisar guardar a segunda, foi um dos atos mais irresponsáveis do ex-ministro. Como resultado, cidades de quinze estados tiveram que cancelar a segunda dose, por falta do medicamento.
Desde o início da produção de vacinas pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz ficou claro que o envio de insumos importados que servem de matéria-prima para os imunizantes seria irregular, por causa da alta demanda.
A maior parte dos especialistas aconselhou que, apesar da pressão da população, estados e municípios separassem de cada remessa recebida as doses necessárias para usar na segunda rodada.
Apesar disso, em 21 de março, dois dias antes de deixar o cargo, Pazuello autorizou a Secretaria de Vigilância em Saúde a orientar governadores e prefeituras no sentido de utilizar toda a vacina recebida para a primeira dose.
O resultado é que o já confuso plano de imunização do governo federal ficou ainda mais bagunçado. Nas últimas semanas, pessoas que estavam à espera da segunda aplicação foram informadas que não há medicamento para isso.
O atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, repassou a batata quente para quem de direito: o seu antecessor. Disse com todas as letras que o atraso "decorre da aplicação da segunda dose como primeira dose".
Essa é uma questão simples que a CPI da Covid pode abordar quando Pazuello estiver por lá, na quarta-feira. Que ele explique por qual motivo tomou a decisão de liberar todas as remessas de CoronaVac para serem usadas como primeira dose.
Entre tantas determinações bizarras durante a gestão, o general "craque em logística" que ocupou o Ministério da Saúde escolheu uma saideira estrondosa para marcar seu adeus à pasta.
Pelas razões erradas, acabou se transformando em um ministro inesquecível. Os cidadãos que não conseguiram completar a imunização não esquecem dele até hoje.
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