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Atrito de motoqueiros e organizador marca 'motociata' de Bolsonaro em SP
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Marcada para o próximo sábado, a 'motociata' de apoio a Jair Bolsonaro em São Paulo virou motivo de discórdia entre um dos principais organizadores do evento e os moto clubes paulistas. Jackson Villar, o pastor que despejou nas redes sociais grande quantidade de peças de propaganda com sua foto ao lado da de Bolsonaro, é acusado por motoqueiros de não ser do meio e de buscar unicamente promoção pessoal. Ele nega.
O passeio de motos em São Paulo deveria seguir o mesmo padrão dos que foram realizados em Brasília e no Rio de Janeiro, onde os apoiadores do presidente se reuniram de forma orgânica, sem muita publicidade. De acordo com pilotos paulistas, no entanto, Villar tomou a frente e começou a divulgar a 'motociata' com o nome "Acelera pra Cristo".
"A movimentação de motoqueiros e do pessoal do triciclo não tem nenhum envolvimento com esse Jackson Villar", diz Cezar Augusto Oliveira, do moto clube Carpe Diem. "Aparentemente o que ele está tentando fazer é um movimento político se valendo das motocicletas, como se nós o apoiássemos, mas nosso apoio é exclusivamente ao presidente".
A rejeição ao suposto organizador do evento é tão grande que nos grupos de aplicativos de mensagens dos motoqueiros paulistas muitos manifestaram a vontade de fazer um protesto contra ele em meio à 'motociata'. Nas redes sociais, foi veiculado um "alerta" ao presidente Bolsonaro com pedido para que ele verifique "quem está por trás de tudo".
"Não compactuamos com essa organização que busca ganhos inescrupulosos", diz o texto apócrifo.
Procurado pela coluna, Jackson Villar disse que o "Acelera pra Cristo" é um evento para Deus. "Convidamos o presidente, ele aceitou e isso gera inveja desse tipo de gente", argumentou.
O pastor disse que as críticas partem de pessoas mal-intencionadas, com quem não pretende "perder energia". "Faz parte, o mundo é feito de pessoas boas e más. Estou fazendo minha parte com Deus", comentou.
Integrante do moto clube Força e União, Juan Brey explica a rejeição a Villar. "Falo pela maioria dos motociclistas: é uma falta de respeito ele se autointitular organizador", crítica. "Acompanhar o presidente é uma ação espontânea, ninguém precisa organizar porra nenhuma. Ele sabe disso e se aproveitou".
Brey diz que o principal objetivo de Villar é se promover. "Ele mexeu com uma classe que é muito unida, deveria ter entrado em contato com os moto clubes mais antigos", explica. Outra reclamação é sobre a ficha de inscrição que o pastor publicou nas redes para quem quiser participar da 'motociata' paulista, algo que não existiu nas duas realizadas antes. Segundo os críticos, isso servirá para um futuro uso eleitoral.
O histórico de Jackson Villar é marcado por discussões e polêmicas. Em 2018, entabulou bate-boca pelo YouTube com os pastores Silas Malafaia e Marcos Feliciano. No ano seguinte, foi notícia ao aparecer comemorando a vitória de Bolsonaro nas urnas consumindo bebida alcoólica, algo impróprio para um pastor. Em março, liderou um protesto contra medidas restritivas em frente à casa do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e por conta disso foi intimado a depor na polícia.
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