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Guerra judicial no Patriota ameaça planos eleitorais de Bolsonaro
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Depois de tentar se aboletar em várias legendas junto com seus aliados para concorrer à reeleição em 2022, o presidente Jair Bolsonaro encaminha a entrada no Patriota. O primeiro passo foi dado com a filiação do filho, o senador Flávio Bolsonaro. Os planos eleitorais do presidente, no entanto, vão esbarrar na guerra entre dois grupos do partido que aponta para insegurança jurídica que deverá se estender ao período de eleições.
O grupo do vice-presidente do Patriota, Ovasco Resende, acusa o presidente da legenda, Adílson Barroso, de ter feito manobras ilegais para abrir caminho para a entrada de Bolsonaro e seus correligionários. Barroso diz que seguiu o que manda a lei. A decisão ficará para a Justiça.
"Temos uma série de alternativas jurídicas e vamos até às últimas consequências, não temos outro caminho", disse à coluna Jorcelino Braga, secretário-geral do partido, integrante do grupo de Ovasco Resende.
Ele relaciona as ilegalidades que Barroso teria cometido. "Como possui a senha do serviço de informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele alterou a data da convenção sem avisar a ninguém", diz Braga. "Trocou quatro de nossos delegados por aliados dele, criou dois novos cargos, substituiu um secretário que morreu por um do seu grupo".
O secretário-geral da legenda diz que não tem opinião sobre o ingresso de Bolsonaro. "Nós não achamos nada, não sabemos condição, não sabemos a conversa, qual o projeto", explica. Mas avisa que quem optar por se candidatar pelo Patriota poderá estar com a candidatura em risco.
O vice-presidente Ovasco Resende, seu aliado, concorda. "É claro que dentro de um ambiente de embate judicial cresce muito a falta de segurança jurídica para todos que estão e também daqueles que pretendem ingressar no Partido", comentou ele à coluna.
O vice-presidente do TSE, ministro Edson Fachin, rejeitou uma ação de integrantes do Patriota que tentavam reverter atos de Barroso. Reconheceu que os fatos pareciam de "elevada gravidade", mas são da alçada da Justiça comum.
Adílson Barroso se defende dizendo que o que manda no partido é o estatuto. "Troquei os delegados como manda a lei, todos eles que fazem parte do conselho aprovaram a convenção, eu é que não queria", alega o presidente do Patriota. "Eles me autorizaram por escrito a fazer a convenção".
O dirigente partidário diz que não tem medo da Justiça, mas sim da injustiça. "O presidente da República tem advogados bons que podem verificar se tem consistência nisso ou se é só para assustar Bolsonaro", afirma Barroso. Quem acompanha o caso é o jurista Admar Gonzaga, que foi ministro do TSE e um dos organizadores da fracassada tentativa de registro do partido Aliança pelo Brasil, que Bolsonaro queria criar.
Como se vê, não será simples para Bolsonaro e seus correligionários colocar em prática o planejamento eleitoral para 2022.
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