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Posicionando-se contra golpismo de Bolsonaro, Pacheco se distancia de Lira
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Com a fala serena e pausada que lhe é característica, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), consignou hoje a distância que o separa do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Pacheco mandou um recado claro contra a pregação golpista do presidente Jair Bolsonaro, de que não haverá eleição se o voto impresso não for aprovado. Lira se manteve em silêncio conivente.
"Todo aquele que pretender algum retrocesso no Estado Democrático de Direito esteja certo que será apontado pelo povo brasileiro e pela história como inimigo da nação e como alguém privado de algo muito importante para os brasileiros e para o Brasil, que é o patriotismo", classificou.
Ao fazer essa afirmação, o presidente do Senado mostra que, mesmo com todas as benesses que o governo tem concedido ao Centrão, não pretende entrar para a posteridade como colaborador de uma empreitada autoritária.
A declaração de Pacheco não sacudiu os medidores de decibéis, não foi pontuada por palavrões, nem foi feita com expressão de ira. O senador, que tem bom trânsito com os comandantes das Forças Armadas, exibia a tranquilidade de quem sabe ter respaldo para dizer o que disse.
Fez mais: solidarizou-se com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luis Roberto Barroso, chamado de "imbecil" e "idiota" pelo presidente por argumentar que o voto impresso possibilita a fraude.
Ao falar que os compromissos com a República são inegociáveis, Pacheco tornou ainda mais claro o contraste entre a sua eloquência e o silêncio cúmplice de Arthur Lira, que assiste a todos os ataques de Bolsonaro às instituições sem uma resposta à altura.
Foi uma boa iniciativa.
Nesse momento de turbulência institucional, é bom saber com quem podem contar os verdadeiros democratas do Brasil.
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