Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Cada dia de Queiroga como ministro é mais uma prova da derrocada do Brasil
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Poucas coisas ilustram melhor o rebaixamento administrativo, intelectual e ético do país que a equipe ministerial de Jair Bolsonaro. O atual governo já teve ministro do Meio Ambiente que deixou a pasta sob acusação de parceria com contrabandistas de madeira, ministro das Relações Exteriores que se declarou orgulhoso por tornar o Brasil pária internacional e ministro da Educação que brigou com estudantes e professores.
A área da Saúde, porém, é hors concours. Depois do general Eduardo Pazuello, aquele que em plena pandemia de covid-19 distribuiu cloroquina, deixou faltar oxigênio nos hospitais e atrasou a compra de vacinas, veio o personagem que aí está: Marcelo Queiroga.
Diante dos olhos de todos, o atual ministro da Saúde, um médico, faz todo tipo de barbaridades. Para manter prestígio junto a Bolsonaro, passou a defender os postulados do negacionismo, expondo seus compatriotas ao risco do coronavírus.
Fez de tudo para manter a cloroquina no cardápio de medicamentos do Ministério da Saúde, tentou de todas as formas desestimular a vacinação de adolescentes e, depois de protelar o quanto pôde, faz o mesmo com a imunização das crianças de 5 a 11 anos.
Sim: o Brasil incorporou à sua rotina um ministro da Saúde que faz campanha contra a vacinação em plena pandemia.
Com esse objetivo, recorre a várias invencionices. A última delas foi a mais grave. Em entrevista a uma emissora que era rádio e virou TV, Queiroga disse que ocorreram cerca de 4 mil mortes no Brasil relacionadas à vacinação.
Obviamente, era mentira. Foram 11 mortes em um universo de 325 milhões de doses aplicadas.
Alertado para a cascata, o ministro insistiu na informação. Somente depois admitiu que estava errado.
Em um país com 621 mil mortos na pandemia, é inaceitável que a principal autoridade de Saúde do país, além de não fazer campanha para incentivar a vacinação, espalhe mentiras contra o imunizante.
É como se o posto de procurador-geral da República estivesse vago, Augusto Aras não faz nada (aliás, alguém sabe por onde anda?). Também outras instâncias da Justiça deixam a gestão criminosa correr solta. Parece que é suficiente a torcida para que o atual mandato chegue ao fim, como se as vítimas que ficam pelo caminho não fizessem diferença.
Mais que o fato de termos um ministro anti-Saúde, a complacência da sociedade com essa situação trágica, que se confirma a cada dia, talvez seja a maior prova da derrocada do Brasil.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.