Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Barra Torres usa a palavra certa para definir atos de Bolsonaro: crime
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Ao falar na reunião que aprovou hoje o uso da vacina CoronaVac em crianças a partir de seis anos, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o almirante Antonio Barra Torres, criticou a campanha de desinformação contra o imunizante. Não citou nomes, mas classificou corretamente a gravidade desse tipo de procedimento.
"É criminoso buscar difundir mentiras através das novidades mentirosas, do inglês fake news", criticou Barra Torres.
Exatamente: crime é o que cometem Jair Bolsonaro e seus apoiadores na insistente mobilização para desestimular a população brasileira a se imunizar contra a covid-19. O diretor da Anvisa não precisa nomear o chefe dessa quadrilha. Todos sabem que o principal incentivador da desinformação é o presidente da República.
O fato de Bolsonaro não estar respondendo por esse crime contra a saúde pública deve ser creditado não só a seus marionetes, o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas também a um transe geral da sociedade brasileira.
Uma parte da população parece ter perdido de vista a gravidade das irresponsabilidades praticadas por Bolsonaro, outros apenas torcem para que ele saia logo do poder para que alguma normalidade institucional seja restabelecida.
Enquanto isso, os absurdos se sucedem.
O presidente continua a falar em imunidade de rebanho; atemoriza pais de crianças citando efeitos colaterais das vacinas, que são residuais; comemora o fato de a imunização não ser obrigatória. Seu ministro da Saúde segue o mesmo padrão e uma das deputadas de sua tropa de choque, Carla Zambelli (PSL-SP), chegou ao absurdo de pedir a suspensão da vacinação de meninos e meninas.
Na reunião de hoje, Barra Torres e técnicos da Anvisa repisaram várias verdades. A vacina não é experimental, o imunizante é seguro e a pandemia não acabou.
"Em meio a um cenário que aponta claramente para o avanço da variante ômicron, ainda há pessoas dizendo que pandemia está acabando, que a chegada da variante sinaliza o fim da pandemia", disse diretor da Anvisa. "Os números não mostram isso".
Essa ofensiva de desinformação é criminosa, como assinalou o almirante.
A constatação não resolve problema algum, não intimida o presidente mentiroso e seus asseclas.
Mas chamar o crime pelo termo correto ao menos restabelece alguma normalidade ao devaneio geral que vivemos atualmente.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.