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Chico Alves

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Lula é decisivo para Freixo na eleição do Rio, ainda com muitos indecisos

O deputado federal Marcelo Freixo (à esquerda) e o governador do Rio, Cláudio Castro (à direita) - Marina Ramos/Câmara dos Deputados e Wallaca Silva/Fotoarena/Estadão Conteúdo
O deputado federal Marcelo Freixo (à esquerda) e o governador do Rio, Cláudio Castro (à direita) Imagem: Marina Ramos/Câmara dos Deputados e Wallaca Silva/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Colunista do UOL

22/03/2022 13h07

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A nova pesquisa Genial/Quaest para o governo do Rio de Janeiro mostra disputa acirrada pela liderança. No cenário mais provável há empate técnico, com o governador Cláudio Castro (PL) à frente, marcando 22%, e o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) em segundo, com 18%.

Porém, os entrevistados revelaram aos pesquisadores um fator que pode desequilibrar a balança: o apoio do pré-candidato a presidente Lula (PT).

Na hipótese de o confronto Castro x Freixo acontecer em um eventual segundo turno, o governador sairia vencedor com 34% contra 30% do deputado. Mas quando a pesquisa leva em conta a costura política de cada um dos candidatos o cenário muda. No caso de receber o prometido apoio de Lula, Freixo marcaria 41%, enquanto Castro, apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), ficaria com 36%.

Mesmo que no primeiro turno o presidenciável petista suba em outros palanques na campanha fluminense, como esperam os candidatos Rodrigo Neves (PDT) — que aparece em terceiro no cenário citado, com 10% — e Felipe Santa Cruz (PSD) — o quarto colocado, com 3% —, sua atenção preferencial deverá ser direcionada a Freixo, como reiterou várias vezes. No segundo turno, esse apoio parece ser a diferença entre a vitória e a derrota.

No entanto, os prognósticos para a eleição do Rio são embaçados pelo grande número de entrevistados que se declarou indeciso ou disposto a votar branco e nulo. Essa parcela de eleitores vai de 35% a 38%. Além da participação de Lula, a eleição fluminense pode depender muito do rumo que tomar o contingente da população que nesse momento ainda está sem candidato.

Tanta incerteza pode ser explicada pelas seguidas decepções que os moradores do Rio tiveram com seus últimos governadores. Dos quatro que antecederam Cláudio Castro, três foram presos (Rosinha, Sérgio Cabral — que permanece na cadeia — e Pezão) e um saiu do governo por impeachment (Wilson Witzel).

Conquistar a confiança de uma população que foi tão desrespeitada é talvez a tarefa mais difícil dos candidatos ao Palácio Guanabara.