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Luxemburgo, pré-candidato em TO: 'Lula e Alckmin eram rivais, não inimigos'
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Depois de alcançar o topo do prestígio na carreira de técnico de futebol, Vanderlei Luxemburgo decidiu mudar de atividade. Está entrando na política. Filiou-se ao PSB e é pré-candidato ao Senado pelo Tocantins, estado em que fixou residência. A lógica de campo e bola, porém, continua servindo de guia para o seu raciocínio. Como quando Luxemburgo defende que a política seja feita com civilidade.
"No futebol, o adversário não pode ser inimigo eterno. Quando acaba o jogo, acaba a rivalidade. Na política também tem que ser assim", acredita. "Veja Lula e Alckmin: eles foram rivais, não inimigos. Não pode ter radicalismo, se é uma coisa boa para a população, o outro tem que ser apoiado".
A vontade de mergulhar na atividade partidária é antiga, mas teve que ser adiada por causa do trabalho no esporte. "É uma coisa que eu quero há muito tempo, mas quando se trabalha com futebol, ou você está com a cabeça ali ou não está. Eu não tinha como largar", justifica.
Finalmente agora vai seguir o destino que estava traçado pelo avô, um torneiro mecânico, sindicalista, perseguido pela ditadura militar. Foi ele quem inventou para a mãe do treinador (ex?) o sobrenome Luxemburgo, uma homenagem a Rosa Luxemburgo, filósofa marxista nascida na Polônia, que ajudou a fundar o Partido Comunista alemão.
"Só a minha mãe tem esse sobrenome, nenhum dos tios tem. Então assumi o 'Luxemburgo', mas com muito medo. Quando comecei no futebol, pensei em colocar Vanderlei Silva, porque pra trocar Luxemburgo para 'Luxemburro' é só trocar o 'g' pelo 'r'", brinca.
Mesmo antes de ser pré-candidato a senador, não se recusava a dar opiniões sobre política, criticou várias vezes a ditadura, foi filiado ao PT, é amigo de Lula. Surpreende, no entanto, ao dizer que não garante palanque no Tocantins ao líder petista.
"Não sou eu quem diz, isso depende da discussão do partido para decidir", esclarece. Pelo acordo de Luxemburgo com o PSB, ele tem liberdade para tratar de assuntos locais e os acordos nacionais ficam com a Executiva da legenda.
Luxemburgo começou a frequentar o Tocantins há 18 anos, ao participar de pescarias no Rio Araguaia junto com o cantor Leonardo. Em 2017 comprou a emissora local que faz parte da Rede Record e tem outros empreendimentos no estado.
"Minhas filhas gostaram e estamos aqui", resume.
A opção por concorrer pelo Tocantins acabou sendo natural. Ele explica: "Rio e São Paulo estão congestionados, tem muita gente querendo fazer muita coisa. A população daqui merece uma proposta diferente".
A princípio, parece ter feito a escolha certa. Pesquisa de intenção de votos Real Time Big Data divulgada ontem mostrou que Luxemburgo está tecnicamente empatado no segundo lugar na corrida ao Senado com Kátia Abreu (PP). Ela tem 15% e ele tem 13%. Em primeiro está Professora Dorinha (União Brasil), com 26%. "Se não fiz nada ainda e já consegui esse resultado, acho que quando começar a campanha as chances vão aumentar", aposta o mais novo político de Tocantins.
Não tem plataforma pronta, quer ouvir o que os eleitores têm a dizer, cidade após cidade.
Quanto ao processo eleitoral, que a todo momento é posto em dúvida pelo presidente Jair Bolsonaro, ele diz estar tranquilo.
"Desde quando não existia urna eletrônica tinha candidato dizendo que ia ser roubado", recorda Luxemburgo. "Temos que acreditar em quem tem a tarefa de cuidar disso. O TSE é o responsável por fazer uma eleição correta. Simples assim".
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