Topo

Chico Alves

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Ex-assessor de Gabriel Monteiro oficializaria amanhã sua proteção policial

O ex-assessor do vereador Gabriel Monteiro Vinícius Hayden Witeze - Reprodução/Instagram
O ex-assessor do vereador Gabriel Monteiro Vinícius Hayden Witeze Imagem: Reprodução/Instagram

Colunista do UOL

29/05/2022 16h43

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Ex-assessor do vereador carioca Gabriel Monteiro (PL), Vinícius Hayden Witeze, conhecido como Vinícius Ziza, tinha compromisso marcado amanhã com a vereadora Teresa Bergher (Cidadania) para acertar detalhes do esquema de proteção policial. Vinícius morreu ontem depois que seu carro perdeu a direção e colidiu, em uma curva da estrada que liga as cidades de Teresópolis e Nova Friburgo, na região serrana do Rio. Ele era uma das testemunhas que passou a receber ameaças desde que acusou Monteiro de assédio moral e sexual.

Relator do processo contra Gabriel Monteiro na Câmara e integrante do Conselho de Ética da Casa, o vereador Chico Alencar (PSOL) lamentou a morte do ex-assessor. Eles estiveram frente a frente há quatro dias, quando Vinícius prestou informações contra Gabriel Monteiro. "Era um rapaz muito articulado, seu depoimento foi um dos mais ricos desse processo ético-disciplinar", avalia Alencar. Na ocasião, o ex-assessor prestou depoimento usando colete a prova de balas e estava acompanhado de escolta policial, ainda provisória.

Sobre os comentários nas redes sociais que ligam a morte de Vinicius às acusações a Monteiro, Chico Alencar diz que é preciso apurar o ocorrido de forma célere e independente. "Nas redes sociais cabe qualquer comentário apressado e até irresponsável", comentou o psolista. "Mas admito que é uma coincidência cronológica muito grande Vinicius ter morrido quatro dias após prestar depoimento e um dia antes de tratar de sua proteção policial".

Para ele, é compreensível que algumas pessoas tirem conclusões apressadas. "Quem não pode chegar a conclusões apressadas somos nós, autoridades públicas de todos os níveis, de todas as instâncias. Por isso que nós estamos pedindo apuração muito rigorosa e imparcial", diz.

O próprio Gabriel Monteiro, em suas redes sociais, comentou que as suspeitas recairiam sobre ele. "Vão falar que eu o matei". Logo em seguida, disse imaginar a dor dos pais, que classificou como "pessoas maravilhosas". Na mesma mensagem, antes de lamentar a morte de Vinicius, Monteiro voltou a acusá-lo de forjar provas contra si (acusação que o ex-assessor negou várias vezes).

O vereador e youtuber responde a um processo disciplinar na Câmara por várias acusações feitas por seus antigos assessores, que vão de assédio a pedofilia, o que pode levar à cassação do mandato.