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Pesquisa com derrota de Bolsonaro para Lula no RJ tem significado simbólico
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A mais recente pesquisa Ipec sobre as intenções de voto para presidente da República no Rio de Janeiro mostra que, no estado em que surgiu e cresceu na política, Jair Bolsonaro (PL) está perdendo para Lula (PT). Espontaneamente, 41% dos 1.008 entrevistados disseram que se a eleição fosse hoje votariam no petista, contra 34% que responderam votar em Bolsonaro.
O primeiro aspecto desse resultado é a reversão de ânimo no eleitorado fluminense. Na eleição de 2018, o atual presidente teve mais que o dobro dos votos de seu oponente do PT, Fernando Haddad: 68% a 32%. Agora, Lula está na frente.
Mesmo que a diferença entre os dois tenha diminuído de 15 para sete pontos em dois meses, a possibilidade de perder no lugar em que fez carreira política é algo que não estava nos planos.
Além de ser o berço do bolsonarismo, o Rio tem no comando do governo estadual um aliado do presidente, Claudio Castro (PL). Nos eventos públicos, o governador aparece sempre cercado de deputados reconhecidos como bolsonaristas-raiz.
Com o dinheiro que recebeu da venda da Cedae, Castro prometeu obras e realizações em vários municípios do interior e fechou aliança com mais de 80 prefeitos.
Nada disso, porém, fez Bolsonaro aparecer na pesquisa com mais intenção de votos que Lula.
Além da dor de cabeça para a equipe de campanha à reeleição, que vê o pré-candidato do PL perder para o oponente em um dos maiores colégios eleitorais do Brasil, há o simbolismo.
Se até o estado em que o paulista Bolsonaro se radicou, estabeleceu família e foi eleito por várias vezes como deputado o está colocando para trás, algo de muito errado ele deve estar fazendo.
Obviamente, tudo pode mudar nos três meses que faltam para a votação.
Mas, ao menos por enquanto, o eleitor que mais conhece Bolsonaro e que confiou nele em 2018 se mostra insatisfeito com o desempenho do capitão como presidente.
Cenário que, a continuar como está, Lula certamente vai explorar bastante na campanha eleitoral.
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