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Federação das Indústrias do RJ não adere ao manifesto pela democracia
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O manifesto "Em Defesa da Democracia e da Justiça", que reuniu mais de 100 entidades da sociedade civil em favor das instituições democráticas não conta com a subscrição da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Mesmo com a participação de várias representações empresariais na mobilização, entre elas a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a federação dos proprietários de indústrias fluminenses não aderiu ao manifesto.
A coluna enviou duas perguntas ao presidente da entidade, Eduardo Eugenio Gouveia Vieira, para esclarecer o motivo da ausência: "Por qual motivo a Firjan não assinou o manifesto pela democracia que várias entidades (inclusive a congênere Fiesp) encamparam nos últimos dias?" e "A federação do Rio não concorda que a democracia esteja correndo risco no Brasil?". Até agora não houve resposta.
Em agosto do ano passado, quando outro manifesto em defesa da democracia foi articulado, com adesão bem menor, Eduardo Eugênio avisou que não subscreveria o texto, por achar que continha crítica ao governo Bolsonaro. Na época, comentou com pessoas próximas que o texto era um ato político e assiná-lo iria contra a orientação apolítica e apartidária da Firjan.
O presidente da federação dos proprietários de indústrias do Rio está há 27 anos à frente da instituição, cumprindo seu nono mandato.
Sob sua direção, a Firjan homenageou em julho do ano passado as Forças Armadas por seu papel "a serviço da paz". O ataque de militares do governo ao processo eleitoral já tinha começado, quando a entidade entregou placa elogiosa ao ministro da Defesa de então, general Walter Braga Netto.
Na célebre reunião ministerial de abril de 2020, o presidente Jair Bolsonaro disse que o presidente da Firjan teria proposto realizar uma videoconferência com empresários do Rio para mostrar solidariedade em sua cruzada pela reabertura do comércio em plena pandemia.
"Me ligou agora de manhã, o Eduardo Gouveia Vieira, da Firjan. Ele quer fazer uma videoconferência onde mais de trezentos empresários do Rio, que é um pouquinho abaixo do potencial de São Paulo, pra hipotecar solidariedade a uma ideia que nós temos de reabrir o comércio", disse Bolsonaro aos ministros.
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