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Candidato Bolsonaro promete céu, presidente Bolsonaro tira educação e saúde
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Recomeçou hoje o horário eleitoral na TV e no rádio. Voltamos a ver o candidato Jair Bolsonaro (PL) pedir votos para o segundo turno da eleição presidencial com aquela fala mansa que ele só usa nessas horas. Repetiu que fará maravilhas em um segundo mandato, como conceder títulos de terra a assentados, aumentar o crédito, construir rodovias e ferrovias, gerar empregos e implantar creches noturnas.
Em recentes entrevistas, o Bolsonaro light reconheceu excessos na sua maneira de falar. Em uma delas, publicada hoje em revista semanal de informação, admite que falhou ao dizer à deputada petista Maria do Rosário que só não a estuprava porque ela não merecia e também ao dizer que o nascimento da filha Laura - única menina entre os cinco filhos - foi uma "fraquejada".
Em resumo: o feroz Bolsonaro tenta parecer um anjo ao prometer o céu ao eleitor.
O problema é que essa pessoa que concorre à eleição é a mesma que hoje está à frente da Presidência da República.
A comparação entre o Bolsonaro candidato e o Bolsonaro presidente é reveladora.
Longe de tratar do bem- estar dos brasileiros, o que o chefe do Executivo faz agora é inviabilizar a prestação de serviços básicos às camadas mais necessitadas da população. Trata-se de uma devastação orçamentária jamais vista no Brasil.
Na área da saúde, foram cortados o equivalente a R$ 3,3 bilhões, em verbas de doze programas, como o de tratamento de HIV, câncer e Farmácia Popular.
Na área da educação, uma facada de R$ 2,4 bilhões na verba das universidades federais vai afetar a rotina de estudantes, funcionários, laboratórios e até o funcionamento de hospitais ligados a essas instituições.
Além disso, o governo bloqueou R$796 milhões do Programa Nacional do Livro e do Material Didático, o que vai fazer com que 12 milhões de estudantes podem começar as aulas sem livros. Além disso, Bolsonaro não reajustou o valor da merenda escolar, o que causará falta de alimentos ou queda na qualidade da alimentação dos estudantes.
O presidente lança mão de um jogo de palavras para tentar enganar os incautos, diz que não houve corte, mas contingenciamento. O resultado, no final, é o mesmo: não haverá dinheiro para manter o funcionamento de serviços fundamentais.
Os recursos cortados da educação e da saúde, todos sabem, vão para as emendas do orçamento secreto — aquela dinheirama que o presidente bota na mão dos parlamentares aliados para manter-se no poder.
Não é difícil confrontar o cenário pintado pelo candidato Bolsonaro na campanha eleitoral com a realidade trágica que o presidente Bolsonaro empurra goela abaixo de seus compatriotas.
Só mesmo quem vive no universo paralelo de fake news como "kit gay", banheiro unissex ou fechamento de igrejas pode acreditar no personagem presidencial.
Para saber o que realmente vai acontecer se Bolsonaro se eleger, basta tirar os olhos do WhatsApp e olhar em volta.
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