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Chico Alves

REPORTAGEM

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Descontrole dos estoques da Saúde será destaque em relatório da transição

09.jun.2020 - Fachada da sede do Ministério da Saúde na Esplanada dos Ministérios, em Brasília - Marcello Casal Jr/Agência Brasil
09.jun.2020 - Fachada da sede do Ministério da Saúde na Esplanada dos Ministérios, em Brasília Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Colunista do UOL

30/11/2022 04h00

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A equipe de transição do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, que levanta os dados sobre a situação do Ministério da Saúde vai concluir hoje relatório parcial. O quadro é considerado grave em vários pontos, mas é especialmente preocupante quanto ao controle de medicamentos e insumos.

A gestão atual da pasta decretou sigilo sobre o estoque. Além disso, constatou-se o mais puro descontrole sobre o material. Não se sabe, por exemplo, quantas doses de vacina contra a covid-19 estão disponíveis nos estados para dar prosseguimento à campanha de imunização.

Para conseguir essa informação, a equipe de transição pediu a ajuda do Tribunal de Contas da União, que se dispõe a buscar os dados sobre quantidade de vacinas com os Tribunais de Contas dos estados. O acórdão que oficializa a parceria será publicado em breve.

Há também a omissão da pasta na questão das síndromes pós-covid, ou seja, o tratamento dos pacientes que tiveram sequelas depois de curados da doença.

Na sexta-feira (25), o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão, que integra a equipe de transição, já tinha adiantado que há evidências e documentações que apontam para crimes e omissões graves. Citou problemas como a falta de regulamentação das Organizações Sociais, que são entes privados contratados para prestar o serviço em unidades públicas de Saúde. Criticou também a "anticampanha" que o governo fez para desestimular a vacinação contra a covid.

Questão que demanda uma solução urgente é o fechamento de 437 leitos nos seis hospitais de federais do Rio de Janeiro, por conta dos contratos de profissionais terceirizados que se encerraram e não foram renovados. Algumas dessas unidades são destinadas a procedimentos de alta complexidade.

Para piorar, os vínculos de outros 500 funcionários terminam amanhã, sem reposição prevista. Até o fim do ano, mais 2 mil médicos, enfermeiros e técnicos da rede federal vão deixar de atender a população fluminense.

O relatório final da equipe de transição da Saúde será entregue ao presidente eleito no próximo dia 12.