Governador de RR mente para dizer que está tudo normal com yanomamis

As cenas chocantes do martírio dos yanomamis que emocionaram o Brasil não foram suficientes para comover o governador do estado, Antonio Denarium. "Foi dada publicidade a um problema que é recorrente há 20 anos. Estão criando um fato que não é de hoje", disse ele ao jornalista Guilherme Seto, da Folha de S.Paulo.

Tentando naturalizar a tragédia para assim aliviar sua responsabilidade, Denarium mente.

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Dados do Ministério da Saúde compilados pela equipe do programa Fantástico mostram que quadruplicou o número de crianças yanomamis que morreram por desnutrição em relação aos quatro anos anteriores. De 33, no período de 2015 a 2018, subiu para 152, entre 2019 e 2022, um aumento de 360%.

Ninguém está criando fatos, o governador de Roraima é que mostra insensibilidade gigantesca e tenta apagar a realidade.

Denarium produz fake news ao dizer que os indígenas passam fome porque não exploram os minerais de suas terras. Na verdade, foi justamente a ação dos garimpeiros ilegais que contaminou os rios, peixes e lavouras daquela comunidade. Para piorar, compara essa atividade aos cassinos americanos.

Torce e distorce os fatos para simular algum fatalismo: "Quando fala de desnutrição, tem no Brasil inteiro".

Realmente, o governo de Jair Bolsonaro fez a fome voltar à lista de problemas brasileiros, mas não existe no país comunidade com indíce nem sequer parecido de mortes e sofrimento por falta de alimentos. Isso para não falar dos problemas de saúde levados pelos invasores e a falta de assistência, uma ação deliberada de quem ocupava o governo federal.

Sem a menor cerimônia, o governador de Roraima tenta brigar com as imagens: "A Cufa [Central Única das Favelas] está entregando cestas de alimentos aqui. Você vê nas filas, nos vídeos que eles publicam, não tem nenhum desnutrido".

É com o negacionismo de governantes como Denarium e Bolsonaro que se monta o cenário perfeito para a ocorrência de uma tragédia como a dos yanomamis.

Estes não têm mais jeito.

Espera-se que em algum momento seus eleitores possam se recuperar do transe que os levou a votar em personagens desse tipo.

Só assim os indígenas estarão a salvo.