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Chico Alves

REPORTAGEM

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Bia Kicis usa vídeo de ficção como se fosse real para criticar desarmamento

Deputada Bia Kicis e cena da websérie "Crias da favela" - Reprodução de vídeo
Deputada Bia Kicis e cena da websérie "Crias da favela" Imagem: Reprodução de vídeo

Colunista do UOL

23/02/2023 15h06

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Em tuíte publicado ontem para criticar a anunciada intenção do governo Lula de tirar armas de fogo de circulação, a deputada Bia Kicis (PL-DF) postou vídeo de uma websérie de ficção como se fosse acontecimento da vida real. Na cena publicada pela parlamentar bolsonarista, vários jovens se encontram em uma favela portando armas de vários tipos, inclusive fuzis.

"Só trouxa acredita que a política desarmamentista é para proteger o cidadão e dar mais segurança às cidades. E aí, Flávio Dino, acabou o liberou geral com as armas mesmo? Vai cadastrar e recomprar essas aí?", escreveu ela, dirigindo-se ao ministro da Justiça e Segurança Pública.

Logo após publicar esse tuíte, Bia Kicis passou a ser criticada e alertada para o fato de que aquela era uma cena de ficção. Mais especificamente da websérie "Crias da favela", que aborda os problemas vividos por jovens moradores das comunidades pobres do Rio.

"Pelo amor de Deus, isso aí é a gravação de uma série!!!!", disse um internauta, minutos após a publicação. "Fala sério!? Passar vergonha no 0800 é muito divertido!!!", escreveu outro. Alguns alertaram que as armas tinham características de réplicas usadas no paintball.

Apesar disso, a deputada manteve a publicação e tentou se justificar.

"Não importa que seja uma filmagem, uma série ou qualquer coisa do gênero. É um retrato da realidade da bandidagem brasileira. E essa não será parada pela política desarmamentista, muito pelo contrário, será fomentada cada vez mais", escreveu, por volta do meio-dia de hoje.

Bia Kicis é uma deputada bastante identificada com o presidente Jair Bolsonaro e conhecida por propagar fake news e discurso de ódio em suas redes sociais. Ela é um dos alvos do inquérito sobre milícias digitais, que corre no Supremo Tribunal Federal, sob condução do ministro Alexandre de Moraes.