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Chico Alves

REPORTAGEM

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'História de que CPMI ajuda o governo não cola', diz Sóstenes Cavalcante

13.abr.2021 - O deputado federal Sóstenes Cavalcante é membro da Frente parlamentar Evangélica - Divulgação / Agência Câmara
13.abr.2021 - O deputado federal Sóstenes Cavalcante é membro da Frente parlamentar Evangélica Imagem: Divulgação / Agência Câmara

Colunista do UOL

08/05/2023 04h00

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Apesar das revelações que ligam apoiadores de Jair Bolsonaro ao movimento golpista que culminou com a depredação das sedes dos poderes da República, em Brasília, no dia 8 de janeiro, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) está otimista quanto à criação da CPMI sobre o tema. Ele não concorda que áudios do tenente-coronel Mauro Cid e acusações ao ex-ministro Anderson Torres, tão próximos ao ex-presidente, vão colocar a oposição na defensiva.

"Toda CPI ou CPMI é instrumento de minoria ou de oposição, nunca de governo", diz o deputado. "Esse tipo de comissão tem sempre um desfecho de desgaste muito grande para o Executivo. Logo, essa história de que a CPI vai ajudar o governo não cola".

Entre os problemas que o Executivo pode ter, Sóstenes Cavalcante cita o fato de a CPMI ocorrer ao mesmo tempo das votações de matérias importantes. Segundo avalia o parlamentar, o governo gasta com esse tipo de comissão a energia que seria direcionada para outras pautas.

O deputado admite, porém, que a comissão de inquérito causará embaraços para a oposição. "Logicamente, é uma CPI que também dará algum desgaste para nós da direita, do conservadorismo, porque é bem possível que algumas pessoas nossas tenham participado dos crimes de depredação de patrimônio público na invasão. Quanto a esses, a gente vai pedir a punição, nós não somos coniventes. Mas vamos descobrir as outras questões todas que são nosso foco".

O principal interesse da oposição, diz o parlamentar, é que aqueles que não têm culpa sejam inocentados. Ele enxerga perseguição do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra alguns dos presos. "A gente tem que pegar os culpados de verdade, saber se houve financiadores, sim", afirma Sóstenes. "Eu tenho convicção de que não houve envolvimento parlamentar".

Outra das prioridades da oposição é questionar o governo quanto à sua responsabilidade no episódio. "Eu estava em Nova Iorque e dois dias antes já sabia que ia ter a manifestação. Lógico que não sabia que ia ser daquela intensidade, mas o governo tem órgãos de inteligência para prever isso, é impossível que o governo não soubesse daquilo".

Ainda não há data prevista para a instalação da CPMI do 8 de Janeiro.