Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Com ambientalismo, Lula tem no exterior protagonismo que é negado no Brasil
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Obcecado por recuperar no cenário internacional o lugar de destaque que ocupava em mandatos anteriores, Lula voltou à arena diplomática logo que se viu presidente pela terceira vez. Com tanta sede foi ao pote, que cometeu erros graves ao tentar, sem sucesso, se apresentar como mediador da paz entre Rússia e Ucrânia. Quando igualou o país agressor ao país agredido, recebeu justas críticas — foi especialmente contestado no Brasil.
Junto daqueles que fizeram reparos sensatos aos deslizes do presidente, surgiram, como sempre, os bolsonaristas e os lavajatistas a exagerar na dose. Para esses porta-vozes do antipetismo, Lula estaria fazendo papel ridículo por imaginar que um presidente brasileiro — e, em especial, ele — pudesse ter relevância internacional.
O petista voltou a sua terra e recalculou a rota. Retoma agora a cruzada para conferir a si e ao Brasil papel de protagonismo no tabuleiro da geopolítica mundial. Na Europa, focou no tema em que o país tem relevância inquestionável: o meio ambiente.
Dessa vez, foi aclamado. Ontem, em Paris, falando a 20 mil pessoas no evento Power Our Planet (Poder ao Nosso Planeta), à frente da Torre Eiffel, criticou duramente as grandes potências.
"Não é o povo africano que polui o mundo, não é o povo latino-americano que polui o mundo", bradou Lula. "Na verdade, quem poluiu o planeta nos últimos 200 anos foram aqueles que fizeram a Revolução Industrial. E, por isso, têm que pagar a dívida histórica que têm com o planeta Terra". Foi aplaudido entusiasticamente.
Hoje, voltou a ser duro ao falar no encontro com dezenas de chefes de Estado, na capital francesa. Mais uma vez, repassou a responsabilidade para os países mais desenvolvidos.
Dessa forma, Lula ocupa naturalmente o posto de porta-voz não só dos países em desenvolvimento, mas até mesmo de setores importantes das principais potências, que se opõem ao atual sistema econômico predatório.
Não é pouca coisa.
A imprensa internacional e políticos de vários países reconhecem isso.
Não se pode esperar o mesmo reconhecimento no Brasil, onde o lavajatismo ainda resiste em parte da imprensa e o bolsonarismo se mantém vivo em setores consideráveis da política.
Na opinião dessa turma, o presidente brasileiro, que ontem encantou a multidão sob a Torre Eiffel, nunca deixará de ser um nordestino pretensioso que não sabe o seu lugar.
Pior para eles, já que Lula parece não estar ligando a mínima para os pitacos desses adversários.
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