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Diogo Schelp

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Bolsonaro faz mal à imagem das Forças Armadas, mostra pesquisa XP/Ipespe

Em foto de 2018, Bolsonaro em cerimônia de graduação das Agulhas Negras - Reuters
Em foto de 2018, Bolsonaro em cerimônia de graduação das Agulhas Negras Imagem: Reuters

Colunista do UOL

11/06/2021 13h51

A confiança dos brasileiros nas Forças Armadas caiu 12 pontos percentuais desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência do país, em janeiro de 2019, mostra a mais recente pesquisa XP/Ipespe, divulgada nesta sexta-feira (11).

Em dezembro de 2018, um mês antes de Bolsonaro tomar posse, 70% dos entrevistados diziam confiar nas Forças Armadas. O índice caiu paulatinamente nas pesquisas seguintes até atingir, esta semana, 58%. Ainda é um nível de confiança alto, mas está em queda livre.

As recentes tensões de Bolsonaro com a cúpula militar e a participação de um grande número de generais no governo claramente não estão ajudando a preservar a boa imagem das Forças Armadas.

Por exemplo: antes do episódio envolvendo o general da ativa Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, que deixou de ser punido na semana passada pelo comando do Exército por sua participação em um ato político ao lado do presidente, o que é vetado pelo regulamento militar, 62% dos entrevistados diziam confiar nas Forças Armadas, na pesquisa feita em fevereiro. Após a confirmação de impunidade de Pazuello, o índice de confiança caiu quatro pontos percentuais.

No mesmo período, a proporção daqueles que dizem não confiar nas Forças Armadas aumentou de 31% para 36%.

Bolsonaro está fazendo mal à imagem das Forças Armadas.

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Em tempo: os pesquisadores fizeram 1000 entrevistas entre os dias 7 e 10 de junho. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.

A desaprovação do governo Bolsonaro atingiu seu nível recorde: 50% dos entrevistados classificaram como ruim ou péssima a sua gestão — mesmo com uma melhora na perspectiva da economia, que segundo 29% dos entrevistados está no caminho certo (contra 26% na pesquisa anterior).

A avaliação da atuação de Bolsonaro no combate à pandemia é considerada ruim ou péssima por 58% dos entrevistados. Nada menos que 62% aprovam a realização da CPI da Covid.

Na simulação estimulada das eleições presidenciais de 2022, Lula teria 32% e Bolsonaro 28% dos votos no 1º turno, seguidos por Sérgio Moro com 7% e Ciro Gomes com 6%.

No segundo turno, Lula venceria com 45% dos votos, contra 36% de Bolsonaro, se as eleições fossem hoje.

Não são só as Forças Armadas que receberam más notícias da pesquisa XP/Ipespe.