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Citada por Osmar Terra contra isolamento, Coreia do Sul vive restrições
Em seu depoimento à CPI da Covid no Senado, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), uma das pessoas que mais exerce influência sobre o presidente em temas relacionados à pandemia, citou em diversos momentos a Coreia do Sul como exemplo de país que controlou o novo coronavírus sem adotar medidas restritivas de isolamento social. A afirmação é falsa. O governo da Coreia do Sul não apenas restringiu atividades sociais e econômicas ao longo da pandemia, como ainda mantém muitas delas.
Na realidade, a Coreia do Sul é um exemplo de como um governo pode fazer isolamento social de maneira coordenada e inteligente, com diferentes níveis de restrições para cada região do país, a depender do número de novos casos, taxa de contaminação, leitos hospitalares ocupados, entre outras variáveis.
Atualmente, na capital Seul, por exemplo, restaurantes, bares e casas noturnas só podem funcionar até 22h. Com o avanço da vacinação, o governo planeja flexibilizar as restrições no começo do julho. A partir de então, esses estabelecimentos poderão funcionar sem limite de horário.
Por outro lado, encontros privados com mais de seis pessoas não serão permitidos na região metropolitana da capital, a não ser em casos específicos como festas de aniversários de 1 ano de idade, com no máximo 16 pessoas, ou encontros de membros de uma mesma família.
Outras atividades sociais, como cultos religiosos, poderão ocorrer, mas com menos de 100 pessoas.
Já houve momentos em que o país esteve submetido a restrições mais duras. No início de dezembro, por exemplo, quando houve um aumento significativo no número de novos casos, mais de 1.000 escolas sul-coreanas tiveram que suspender as aulas presenciais.
Na ocasião, também foram impostas restrições a salões de beleza, cinemas e lojas de departamento.
Em outubro do ano passado, o governo havia substituído o sistema de três níveis de restrições em vigor desde junho por outro, mais complexo, de cinco níveis.
- O nível 1, o mais flexível, exigia apenas o uso de máscaras e outras medidas preventivas.
- O nível 1,5 proibia certos encontros com 100 ou mais pessoas, como cultos religiosos.
- Sob o nível 2, casas noturnas não podiam funcionar e restaurantes e cafés tinham horários reduzidos ou permissão apenas para atender por delivery.
- No nível 2,5, estavam proibidos eventos com 50 pessoas ou mais e encontros privados com mais de quatro pessoas.
- No nível 3, restaurantes, cinemas, cafés e academias teriam que fechar.
Em dezembro, chegou a ser adotado o nível 2,5 de restrições na capital, Seul. Duas semanas depois da adoção dessas medidas, o país registrou o pico na média diária de mortes por covid-19 e, a partir de então, o dado despencou.
Em maio, houve uma nova alta, mais uma vez contida com a prorrogação das medidas restritivas.
Em comparação com outros países, a Coreia do Sul realmente conseguiu manter as mortes e infecções pelo novo coronavírus em níveis baixos, especialmente no início da pandemia, graças à testagem em massa e à colaboração da população, que voluntariamente se isolou e evitou aglomerações.
Mas é falso afirmar que o país nunca adotou a estratégia do isolamento social para conter a pandemia. Ao contrário, fez isso de maneira coordenada e inteligente.
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