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Coronavírus: Itália aplica 40 mil multas; França emite 4 mil em apenas 24h

Plaza Mayor, marco de Madri, vazia após surto de coronavírus na Espanha - Sergio Perez/Reuters
Plaza Mayor, marco de Madri, vazia após surto de coronavírus na Espanha Imagem: Sergio Perez/Reuters

Colunista do UOL

19/03/2020 04h00

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Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel deu o tom: numa declaração oficial, ela deixou claro que o coronavírus é o maior desafio já enfrentado pelo país desde a Segunda Guerra Mundial.

Não por acaso, a quarentena de milhões de europeus tem sido acompanha por medidas drásticas de segurança para impor o distanciamento social.

Em poucos dias, levantamentos de diferentes governos indicam que milhares de multas e indigitamentos foram estabelecidos contra cidadãos que romperam a quarentena estabelecida pelos governos. Prisões também foram registradas.

Na França, em apenas dois dias mais de 4 mil multas foram aplicadas sobre pessoas que, sem justificativa, deixaram suas casas.

A lei estabelece regras claras para autorizar uma pessoa a estar fora de sua residência. Mas o que as autoridades logo viram foi que o valor de apenas 35 euros por violar as regras não estava sendo suficiente para manter a população em casa. Dois dias depois de entrar em vigor, a multa teve de ser triplicada.

O governo passou a destacar cem mil homens de suas diferentes forças de ordem para tentar lidar com as restrições. Além disso, quem circula é obrigado a carregar um documento em que atesta a necessidade do deslocamento.

Na Espanha, o governo passou a usar drones em Madri para monitorar as ruas e o comportamento dos cidadãos. Por dia, mais de 200 multas têm sido aplicadas apenas na capital do país.

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Na Noruega, violações às regras de quarentena podem significar multas de até 2 mil euros, enquanto na Eslováquia o valor chega a 1,6 mil euros.

Mas em nenhum outro lugar da Europa as multas tem sido tão frequentes como na Itália, país que registrou mais de 400 mortes apenas nas últimas 24 horas.

No total, a polícia controlou cerca de 700 mil pessoas, impondo multas contra 40 mil italianos nos últimos dez dias. Muitos estão sendo alvo de processos por estarem "colaborando com a epidemia".

A lei prevê que se a pessoa foi diagnosticada com o vírus e ainda assim sair de seu isolamento, ela pode pegar até doze anos de prisão.

Ainda assim, especialistas temem que uma parte da sociedade comece a relaxar em seus controles e isolamentos. Um dos cenários avaliados pelas autoridades é a de recuperar uma lei dos anos 30 que previa a prisão imediata de uma pessoa que estivesse na rua violando a quarentena. Naquela década, a medida havia sido adotada para impedir a proliferação de cólera.