Sequestro inédito de R$ 1 bi marca início da presença da PF na Europol
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A megaoperação realizada nesta semana por parte da PF (Polícia Federal) e da Receita Federal contra o tráfico de drogas marcou o início de uma cooperação inédita entre as autoridades brasileiras e a Europol, a Agência da União Europeia para Cooperação Policial, com sede na Holanda.
A PF teve entre os seus objetivos o sequestro de bens do tráfico avaliados em aproximadamente R$ 1 bilhão. Batizada de Enterprise, a ação ocorreu em 10 estados brasileiros e diversos países. De acordo a PF, foram alvos dos sequestros aeronaves, imóveis e veículos de luxo, com a expectativa de que novos bens sejam identificados.
Para a PF, a ação está sendo a maior da história do combate à lavagem de dinheiro, mas é apenas a primeira de uma onda de iniciativas e operações que devem surgir nos próximos meses como resultado da cooperação internacional.
Desde setembro, o ex-superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, opera a partir da sede da Europol e servindo como oficial de ligação do país.
Sua presença é resultado de um acordo entre o Brasil e a agência europeia. O tratado de cooperação foi assinado em 2017, como parte de um acordo estratégico. Para entrar em vigor, o tratado teve de ser ratificado pelo Congresso e promulgado pelo Executivo.
Foi apenas em meados de 2020, portanto, que o entendimento entrou em vigor. O tratado previa, então, que o Brasil pudesse enviar um representante para atuar em Haia.
Europol avalia manter oficial no Brasil
A Europol poderá também mandar um oficial ao Brasil, mas tal missão ainda não foi efetivada. Os europeus devem designar um representante para um período de testes e avaliar se uma presença constante seria necessária.
Em Haia, Saadi trabalha dentro do prédio da Europol, onde o Brasil ganhou um escritório ao lado dos demais países. A presença facilita o contato com outras polícias e a troca de informações entre oficiais que, em certos casos, estão num mesmo corredor.
Existe ainda um sistema pelo qual o representante brasileiro submete um documento aos demais países com uma solicitação dos dados que precisa para completar uma investigação.
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