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Teixeira diz que Fifa não tem provas válidas e sugere processo político
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A defesa do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, contestou nesta quarta-feira diante do Tribunal Arbitral dos Esportes a decisão da Fifa de banir o ex-cartola do futebol e aplicar uma multa de 1 milhão de francos suíços. A audiência, que ocorreu de forma virtual, durou quase três horas.
Alvo de polêmicas e denúncias, Teixeira deixou a CBF e o conselho da Fifa em 2012. Mas, em 2015, a eclosão do escândalo de corrupção na Fifa levou o FBI a acusar o brasileiro por atos de corrupção. Como ele estava naquele momento no Brasil e diante da impossibilidade de extraditar nacionais a países estrangeiros, o brasileiro nunca foi detido.
Nas cortes em Nova Iorque, o nome de Teixeira foi ainda citado por diferentes testemunhas, no momento de julgamentos relacionados com outros cartolas do futebol sul-americano. Em 2019, depois de um longo processo no Comitê de Ética, a Fifa decidiu excluir de forma permanente Teixeira de qualquer atividade do futebol. Ele ainda foi multado em 1 milhão de francos suíços.
O brasileiro sempre negou qualquer irregularidade e chegou a tentar um acordo com a Justiça americana, sem sucesso.
Nesta quarta-feira, sua defesa questionou as evidências apresentadas para justificar a condenação. Segundo seus advogados, a Fifa usou como base de seu processo apenas o indiciamento feito nos EUA. Não há, segundo a defesa de Teixeira, qualquer evidência produzida pela própria Fifa.
Além disso, os trechos do indiciamento que se referem ao brasileiro não são sustentados por provas materiais, mas apenas com base em provas testemunhais. Para a defesa, não pode haver um processo que use apenas um indiciamento num outro país, sem que as testemunhas sequer possam ser questionadas.
Para o advogado que representa Teixeira, Michel Assef Filho, há uma "ausência de provas válidas".
Três pontos foram destacados pela acusação: subornos que o brasileiro teria recebido para a Copa do Brasil, Copa América e Libertadores. Para a defesa, porém, não existem registros de contas bancárias que sustente a acusação.
No caso da alegação sobre a Copa América, a base do indiciamento é uma declaração do empresário J. Hawilla, de um pagamento de US$ 1 milhão ao brasileiro. Esse, segundo o executivo que já faleceu, seria o preço que Teixeira cobrou para colocar o time principal do Brasil em campo.
Durante o processo, a defesa apresentou um contrato pelo qual era a CBF que supostamente recebia o valor, e não o cartola.
Ao apresentar sua defesa, Assef apontou que, diante do que ele considera ser um julgamento sem provas ou evidências válidas, só poderia considerar que se trata de um ato "político".
O advogado também indicou que, se o Tribunal Arbitral não atender seu recurso, irá levar o caso ao Tribunal Federal da Suíça.
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