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Jamil Chade

REPORTAGEM

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Apenas um de cada dez países é liderado por uma mulher

Líderes do G7 em reunião na Alemanha - Ludovic Marin/REUTERS
Líderes do G7 em reunião na Alemanha Imagem: Ludovic Marin/REUTERS

Colunista do UOL

08/03/2023 08h45

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De cada dez países no mundo, apenas um é liderado por uma mulher. Dados divulgados nesta quarta-feira pela União Parlamentar Internacional revelam que se existe um avanço no número de mulheres em postos de poder político no mundo na última década, a taxa de participação é ainda baixa e insuficiente para se imaginar qualquer tipo de paridade.

De acordo com os dados, 11% dos países contam com uma mulher como chefe de estado. Ou seja, de 151 países que não são dirigidos por monarquias, apenas 17 têm mulheres no comando.

São eles:

Barbados
Bósnia e Herzegovina
Etiópia
Geórgia
Grécia
Hungria
Índia
Nepal
Peru
Moldávia
Cingapura
Eslováquia
Eslovênia
Trinidade e Tobago
Tanzânia
Honduras
San Marino

A taxa é ainda menor quando o cálculo é feito com chefes de governo. De 193 países, apenas 19 países são governados por uma mulher. Menos de 10%.

Bangladesh
Barbados
Bósnia e Herzegovina
Dinamarca
Estônia
Finlândia
França
Gabão
Islândia
Itália
Lituânia
Nova Zelândia
Moldávia
Samoa
Servia
Togo
Tunísia
Honduras
San Marino


Para a entidade que reúne os parlamentos de todo o mundo, houve um avanço em dez anos. Mas num ritmo lento. Em 2013, as mulheres representavam 5,3% das posições de chefes de estado e 7,3% de chefe de governo.

Brasil com mais mulheres em chefia de ministério que média mundial

No que se refere à presença de mulheres entre os ministérios de um governo, a média mundial e hoje de 22%. No Brasil, as nomeações feitas pelo governo Lula colocaram o país com uma taxa superior à média mundial. Hoje, 36% das pastas ministeriais são ocupadas por mulheres.

Num ranking global, o Brasil aparece na 37a posição, acima de democracias como França, Reino Unido ou Estados Unidos.

Na Europa e América do Norte, a taxa de mulheres em postos ministeriais é em média de 31,6%, contra 30% na América Latina e Caribe, as regiões com a maior proporção de mulheres.
 
No entanto, na maioria das outras regiões, as mulheres estão severamente sub-representadas, caindo até 10,1% na Ásia Central e do Sul e 8,1% nas Ilhas do Pacífico.


Apenas 13 países, a maioria na Europa, possuem gabinetes com igualdade de gênero, com 50% ou mais de mulheres membros do gabinete como chefes de ministérios. Na Finlândia e Espanha, a taxa supera a marca de 63%.

Há mais 17 países com representação feminina na chefia de ministérios entre 40-49,9%. Nove deles estão na Europa.
 
Mas, em 2023, nove países - a maioria na Oceania e na Ásia Ocidental - não têm nenhuma mulher chefiando ministérios.

A presença de mulheres, porém, não é suficiente para garantir a paridade de poder. Segundo o levantamento, as mulheres lideram as pastas de direitos humanos, igualdade de gênero e proteção social. 
Entretanto, os homens continuam dominando áreas como Economia, Defesa e Justiça.

Para a diretora-executiva da ONU Mulher, Sima Bahous, os dados mostram que as mulheres ainda são a minoria dos chefes de estado e de governo. "Elas ainda estão profundamente sub-representadas na liderança governamental, com menos de um em cada quatro Ministros de Gabinete, com homens continuando a dominar pastas críticas como a economia, a defesa e a energia", disse.

"A democracia plena precisa da participação igualitária das mulheres em todos os seus processos. No entanto, a violência e as ameaças contínuas - online e offline - contra as mulheres líderes, candidatas e eleitoras prejudicam o potencial de suas vozes e conhecimentos para trazer a mudança tão urgentemente necessária para a recuperação econômica e social. O mundo não pode se dar ao luxo de continuar com esta injustiça. Precisamos de uma mudança de paradigma que traga verdadeira igualdade", defendeu.