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Em "alerta final", IPCC pede ação para evitar colapso climático
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Um novo informe publicado nesta segunda-feira pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) detalha que os seres humanos são responsáveis por praticamente todo o aquecimento global durante os últimos 200 anos. O documento ainda lança um "alerta final": ou a comunidade internacional toma iniciativas imediatas, ou um colapso climático não conseguirá ser evitado.
Mas garante: existem tecnologias e recursos suficientes para reverter a crise. Ainda há tempo. Mas o prazo está se esgotando rapidamente.
Segundo os cientistas, mais de 3 bilhões de pessoas vivem em locais "altamente vulneráveis" às mudanças climáticas e poderiam sofrer consequências devastadoras nas próximas décadas.
Entre 2030 e 2035, o mundo viverá os primeiros anos com temperaturas acima de 1,5 grau Celsius, em comparação à Era pré-industrial. Ainda que os últimos oito anos tenham sido o período mais quente da história já registrada, a ONU estima que eles serão considerados no futuro como "anos frescos" em comparação ao que vem pela frente.
O mesmo informe ainda destaca como a taxa de aumento de temperatura no último meio século é a mais alta dos últimos 2.000 anos e como as concentrações de dióxido de carbono estão no seu ponto mais alto em pelo menos dois milhões de anos.
"A humanidade está sobre gelo fino - e esse gelo está derretendo rapidamente", afirmou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. "A bomba de tempo climática está fazendo tic-tac", disse.
Guia sobre como desarmar a bomba
Apesar do alerta, o relatório do IPCC é considerado como uma guia sobre como desarmar a bomba climática. "É um guia de sobrevivência para a humanidade. Como mostra, o limite de 1,5 graus é alcançável", disse Guterres.
De acordo com as conclusões, ações climáticas são necessárias em todas as frentes. "Tudo, em todos os lugares, tudo de uma só vez", afirmou a ONU.
Para a entidade, é necessário um Pacto de Solidariedade Climática. O acordo terá de incluir:
Aceleração nos prazos para zerar emissões líquidas até 2050, sempre respeitando as capacidades de cada país.
Na prática, isso significa que os líderes dos países desenvolvidos devem se comprometer a chegar a zerar as emissões o mais próximo possível de 2040
Já os líderes das economias emergentes devem se comprometer a alcançar o mais próximo possível do zero líquido até 2050.
"Este é o momento para que todos os membros do G20 se unam em um esforço conjunto, reunindo seus recursos e capacidades científicas, bem como suas tecnologias comprovadas e acessíveis através dos setores público e privado para tornar a neutralidade de carbono uma realidade até 2050", defendeu Guterres.
"Cada país deve ser parte da solução. Exigir que os outros se movam primeiro só garante que a humanidade venha em último lugar", disse.
O pacto ainda prevê:
- Nenhuma nova exploração de carvão e a eliminação gradual do carvão até 2030 nos países da OCDE e 2040 em todos os outros países.
- Acabar com todo o financiamento público e privado internacional do carvão.
- Garantir a geração líquida de eletricidade zero até 2035 para todos os países desenvolvidos e 2040 para o resto do mundo.
- Cessar todo o licenciamento ou financiamento de petróleo e gás novo - de acordo com as conclusões da Agência Internacional de Energia.
- Interromper qualquer expansão das reservas existentes de petróleo e gás.
- Mudando os subsídios dos combustíveis fósseis para uma transição energética justa.
- Estabelecendo uma redução global da produção existente de petróleo e gás compatível com a meta global de 2050 de zero líquido. "Apelo também aos CEOs de todas as empresas de petróleo e gás para que sejam parte da solução", disse Guterres.
Para ele, governos devem ainda detalhar claramente os cortes de emissões reais para 2025 e 2030, e os esforços para mudar os modelos de negócios para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e aumentar a escala da energia renovável.
A transformação ainda precisa ocorrer no transporte marítimo, aviação, aço, cimento, alumínio, agricultura.
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