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Tacla Duran acusa Moro de tumultuar processo e 'burlar' o STF
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Rodrigo Tacla Duran acusa o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União-PR) de agir para tentar tumultuar o processo no qual ele apresenta acusações de extorsão, além de "burlar" o STF (Supremo Tribunal Federal).
Em depoimento, Tacla Duran citou os nomes de Moro e do ex-procurador e atual deputado Deltan Dallagnol como envolvidos em extorsão contra ele. Como ambos são parlamentares e têm foro privilegiado, o juiz que se ocupava do caso, Eduardo Appio, enviou o caso ao STF.
Nesta semana, os advogados de Moro argumentaram que a acusação de extorsão contra o senador não deveria ser julgada pelo STF, pois o ex-magistrado considera o foro privilegiado um "odioso privilégio". Ele também não quer que o caso tramite na Vara do juiz Appio, a quem o Ministério Público Federal (MPF) do Paraná pede que se declare suspeito.
Numa petição obtida pelo UOL com exclusividade e enviada ao juiz Appio, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba e que é o atual responsável pelos processos originados na Operação Lava Jato, Tacla Duran pede que o caso seja mantido no STF.
Nela, ele ainda acusa Moro de conflito de interesse.
Nos deparamos com a quixotesca situação processual em que o Ilustre Senador, figura nesta causa, como magistrado, havendo proferido atos decisórios, no curso do processo, inclusive quanto ao recebimento da denúncia, e agora, em conluio com o D.MPF/PR, travestido de parte interessada em manifesto papel de assistente de acusação
Petição de Tacla Duran
Tacla Duran destaca como nem o Ministério Público Federal fez tal pedido, "tamanha a gravidade da afronta ao aresto proferido pelo STF".
"Insofismável, portanto, o caráter tumultuário e a manifesta intenção do Ilustre Senador, em burlar a referida decisão proferida pela Suprema Corte, bem como a competência da mesma, razão pela qual se impõe a intervenção de Vossa Excelência, para fazer valer a autoridade do aresto da lavra do Eminente Ministro Ricardo Lewandowski, bem como a competência do STF", completou Tacla Duran.
Ele foi advogado da Odebrecht e acusado pelo antigo grupo da Lava Jato de lavagem de dinheiro em 2016. Mas só foi ouvido pela primeira vez na Vara de Curitiba na segunda-feira (27).
Há quatro anos, em entrevista exclusiva concedida a esta coluna, ele disse que saiu do Brasil em decorrência da Operação Lava Jato. "Paguei para não ser preso", acusou, então. Tacla Duran detalhou, naquela ocasião, a suposta extorsão, no valor de US$ 5 milhões, que começou quando seu nome veio à tona na investigação.
Tacla Duran disse ter pago uma primeira parcela de US$ 612 mil ao advogado Marlus Arns, mas alega que se recusou a pagar o restante.
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