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Jamil Chade

REPORTAGEM

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OMS pede que imagens de cemitérios no Brasil não sejam esquecidas

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, em Genebra - Denis Balibouse
Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, em Genebra Imagem: Denis Balibouse

Colunista do UOL

05/05/2023 11h32

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No dia em que a OMS decretou o fim da emergência sanitária internacional da covid-19, a agência foi clara em dizer que o mundo não pode esquecer dos cemitérios e hospitais lotados. Ao serem questionados sobre o Brasil e as lições que o mundo deve aprender do país, alguns dos principais diretores da agência fizeram questão de destacar as imagens de hospitais lotados e cemitérios.

Maria van Kerkhove, diretora técnica da OMS, elogiou os cientistas brasileiros. "Mas, ao olhar ao passado, precisamos ser respeitosos e humildes sobre o que ocorreu", afirmou. "Fui para Manaus e todas pessoas que eu conheci tinham perdido uma pessoa amada", disse.

"O que não podemos nos esquecer é da quantidade de mortes que ocorreram. Não precisava ser assim", insistiu. "Não podemos nos esquecer das imagens de hospitais, dos túmulos que foram cavados", disse.

O Brasil chegou a estar entre os países com o maior número de casos e mortes, enquanto o governo de Jair Bolsonaro atacava a OMS, negava a gravidade da crise e forçava uma abertura da sociedade. O ex-presidente chegou a criticar a direção da OMS, questionou a vacina e zombou das vítimas.

Na cúpula da OMS, a ordem é a de saudar o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que indicou o retorno da ciência e da diplomacia como pilares da relação com a agência.

"Diplomatas e representantes da Saúde estão envolvidos na negociação da revisão dos textos sobre o acordo para evitar que uma nova crise ocorra", declarou Mike Ryan, diretor-executivo da OMS.

Num recado duro ao governo anterior, Ryan deixou claro ficou "impressionado" com a nova liderança do país. Segundo ele, a atual administração está liderando o debate hoje em Genebra e é uma das âncoras do processo.

"Estamos felizes com o engajamento do Brasil", completou Ryan, deixando claro que o país terá um impacto no futuro da saúde pública.