Jamil Chade

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Reportagem

Dilma se reunirá com Putin, alvo de sanções financeiras de EUA e Europa

A ex-presidente Dilma Rousseff, atual chefe do Banco dos Brics, irá se reunir nesta quarta-feira com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. O encontro está marcado para ocorrer em São Petersburgo.

Dilma assumiu o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o chamado Banco do Brics, em março, com a missão de ampliar o banco e fortalecer a ideia de que a relação entre seus membros possa ocorrer em moedas locais.

Mas um dos desafios da brasileira se refere à situação da Rússia, que vive sanções internacionais e uma forte pressão diplomática e financeira por parte de americanos e europeus.

Moscou, porém, insiste que tem conseguido sobreviver à tentativa de asfixia econômica graças às relações que mantém com a Ásia e com os Brics.

Segundo o site do banco, os últimos empréstimos aprovados pela instituição liderada por Dilma aconteceram ainda em 2021, com um programa de moradia e um apoio para a luta contra a pandemia.

Naquele ano, o banco destinou US$ 1,3 bilhão em empréstimos aos russos, contra US$ 800 milhões em 2020.

Em 2019, foram mais US$ 1,3 bilhão em créditos para a Rússia, além de outros US$ 900 milhões em 2018.

Em maio, Dilma já esteve com o primeiro-ministro da Rússia, Mikhail Mishustin. Naquele momento, porém, o encontro ocorreu na sede do banco, em Xangai (China).

Na reunião, Dilma garantiu que a instituição cumpriria suas obrigações perante "todos os membros fundadores, incluindo a Rússia". Isso incluiria o trabalho de "atrair empréstimos nos mercados de capitais".

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Em maio, num discurso também na sede do banco, o ministro de Finanças da Rússia, Anton Siluanov, alertou que "durante o ano passado, pudemos observar que o sistema tradicional de instituições internacionais de desenvolvimento e os laços financeiros podem se desfazer facilmente por motivos políticos, criando riscos e custos adicionais em todo o mundo".

"Infelizmente, na nova realidade, os interesses do desenvolvimento estão sendo varridos em favor da política", disse.

Para ele, porém, "o objetivo do BRICS é unir, não dividir".

"O NDB deve dar atenção especial a áreas como a facilitação da transferência de tecnologia e a promoção da inovação, a abordagem de problemas de segurança alimentar e energética, o desenvolvimento de infraestrutura sustentável e a criação de capacidade para o desenvolvimento", defendeu.

"É extremamente importante que o Banco conte com os recursos internos de seus acionistas e não tenha medo de ser ambicioso na implementação de sua agenda", completou.

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