Jamil Chade

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Em crise com EUA e UE, Rússia comemora 'parceria estratégica' com o Brasil

O governo de Vladimir Putin comemorou, nesta terça-feira, o aniversário dos 195 anos de relações diplomáticas com o Brasil. Nas redes sociais, o Kremlin destacou que os dois países vivem hoje uma relação de "parceira estratégica".

Em guerra há mais de um ano, o governo russo foi alvo de uma operação por parte de europeus e americanos para isolar Putin e transformou Moscou num pária internacional. Apesar da pressão, o governo brasileiro se recusou a aderir às sanções impostas sobre os russos.

Na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, a ordem foi a de abrir canais de comunicação, tanto com russos como com ucranianos. Mas, desde que a guerra em Kiev eclodiu, o comércio entre Brasil e Rússia aumentou de forma importante.

"O Brasil é o principal parceiro comercial da Rússia na América Latina. Em 2022, o comércio bilateral chegou a US$ 8,4 bilhões, um aumento de 13% em relação ao ano anterior", afirmou.

A data de 3 de outubro marca a nomeação, em 1828, de Franz Borel como o primeiro enviado russo ao país. "Entretanto, os laços bilaterais entre a Rússia e o Brasil começaram a se desenvolver desde 1811, com a nomeação do primeiro cônsul-geral russo no Rio de Janeiro", explica a chancelaria de Moscou.

"Hoje, as relações Rússia-Brasil constituem uma parceria estratégica, ganharam impulso positivo e estão se desenvolvendo no espírito de confiança, amizade e compreensão mútua com base nos princípios de igualdade e diálogo mutuamente benéfico", afirmou o Kremlin.

"A Rússia e o Brasil têm tradicionalmente seguido abordagens coincidentes em muitas questões globais, como o combate ao terrorismo, a proteção do meio ambiente, a garantia da segurança internacional da informação, etc", disse.

A nota ainda cita o chefe da diplomacia russa, Sergey Lavrov. "Estamos unidos por nosso esforço comum para facilitar a formação de um arranjo mundial mais justo e genuinamente democrático, baseado no princípio jurídico internacional da igualdade soberana dos Estados", disse, em abril de 2023.

Segundo Moscou, a "estreita cooperação" no Brics "está entre os aspectos mais ativos da colaboração Rússia-Brasil".

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"Nossos dois países mantêm contatos políticos intensos, inclusive no mais alto nível, com reuniões regulares e conversas telefônicas entre seus respectivos chefes de Estado e ministros das Relações Exteriores", afirmam os russos.

Segundo eles, os países ainda "construíram um histórico positivo de cooperação em ciência, tecnologia, educação, cultura e assuntos humanitários".

"Parabenizamos de todo o coração, nossos colegas e amigos brasileiros por nosso aniversário comum. A Rússia aprecia a continuidade de nossas relações com o Brasil e espera desenvolver ainda mais toda a gama de nossos laços bilaterais", completa Moscou.

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6 comentários

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Armando Vasconcelos Salem

Para os russos, na nova configuração da geopolítica, ter uma parceria com o Brasil, que é o Atlântico Sul, é um grande negócio. Num mundo multipolar, a tendência é que os entendimentos entre os integrantes dos BRICS venham a ser bem mais abrangentes que pura e simplesmente nos aspectos comerciais.  Claro que o Brasil continuara inserido no mundo Ocidental. Claro também que Estados Unidos, União Europeia e os países da América do Sul, continuarão sendo grandes parceiros. Mas com Russia, China, India e Africa do Sul mais alinhados, o peso do Brasil no contexto internacional irá bem mais além do que significou até o momento. Sobretudo para europeus e norte-americanos. Não é mesmol?

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Marcélio Pereira Martins

Bom para o desenvolvimento do Brasil, parcerias que tragam benefícios, também, para o nosso país. O Brasil não tem que se envolver nos problemas dos outros, precisa se preocupar com questões que tragam emprego e condições mínimas para que o povo seu possa prosperar.

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Luís Otoni Queirós dos Santos

Resultado do pedalinho emprestado, da Operação "pedalinho emprestado" do Juízo de Curitiba, que fez o Bozo ser eleito por engano em 2018.Regredimos da quinta maior economia do mundo em paridade poder de compra no governo Dilma para isso daí: "Brasil fecha 2022 como a 12ª economia do mundo, empatado com Irã"

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