Jamil Chade

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Gaza tem falta de saco de cadáver; 11 mortes por hora e 1 milhão deslocados

Num levantamento publicado na manhã desta segunda-feira, a ONU alerta que mais de um milhão de palestinos foram obrigados a deixar suas casas na Faixa de Gaza e estão deslocados pelo território.

Isso representa metade de toda a população da região e abrindo um cenário descrito pela ONU como "calamitoso". Não há água ou eletricidade, enquanto governos negociam uma forma de permitir que assistência humanitária entre em Gaza. Israel, porém, quer garantias de que isso não irá favorecer o Hamas.

Os dados fazem parte do raio-x publicado pela UNRWA, a agência da ONU para Refugiados Palestinos.

Num alerta sobre a dimensão da crise humanitária, a entidade destaca que, desde o início da crise, as mortes de palestinos chegam a onze casos a cada hora.

O número de mortos está aumentando. Não há sacos de cadáveres suficientes para os mortos em Gaza.
Informe da UNRWA

Eis as demais conclusões da agência:

  • Os pesados bombardeios das forças israelenses contra a Faixa de Gaza continuaram, por ar, mar e terra.
  • Os civis continuam fugindo para as áreas do sul após o aviso das autoridades israelenses para evacuarem as áreas do norte.
  • Continua a negociação, nos níveis mais altos, do acesso humanitário para que suprimentos essenciais pré-posicionados entrem em Gaza por Rafah, incluindo alimentos, água, suprimentos médicos, combustível e itens não alimentícios.
  • De acordo com o Ministério da Saúde da Palestina, em nove dias, 2.329 palestinos foram mortos em Gaza (uma média de 259 por dia, ou 11 a cada hora).
  • O número de pessoas mortas em Israel chegou a 1.300 e pelo menos 3.621 ficaram feridas.
  • 14 membros da equipe da UNRWA foram mortos. Esses são relatos confirmados, mas é provável que o número seja maior.
  • 23 relatos confirmados de instalações da UNRWA em toda a Faixa de Gaza foram afetadas como resultado de ataques aéreos.
  • Mais de um milhão de pessoas - quase metade da população total de Gaza - foram deslocadas.
  • Cerca de 600.000 deslocados internos estão na Área Central, em Khan Yunis e Rafah, dos quais quase 400.000 estão em instalações da UNRWA - excedendo em muito a capacidade da agência de prestar assistência de forma significativa, inclusive com espaço em abrigos, alimentos, água ou apoio psicológico.
  • Apesar da ordem de evacuação das forças israelenses, um número desconhecido de deslocados internos permanece nas escolas da UNRWA no norte. A UNRWA não tem mais condições de prestar assistência ou proteção. Há 127 instalações da UNRWA no norte de Gaza e na Cidade de Gaza. Aproximadamente 170.000 deslocados internos estavam abrigados em instalações da UNRWA nessas áreas no momento da ordem de evacuação israelense.
  • A UNRWA em Gaza encontrou um pouco de água em lojas locais, mas as rações ainda estão reduzidas a um litro de água por pessoa, por dia, para as equipes da UNRWA na base logística de Rafah (para cobrir as necessidades de consumo e todas as outras necessidades).
  • As pessoas em Gaza têm acesso extremamente limitado à água potável. Como último recurso, as pessoas estão consumindo água de poços agrícolas, o que gera sérias preocupações quanto à disseminação de doenças transmitidas pela água.
  • Pelo quinto dia consecutivo, Gaza ficou sem eletricidade, levando serviços vitais, como saúde, água e saneamento, à beira do colapso e agravando a insegurança alimentar.
  • A UNRWA enviou uma equipe avançada ao Egito para se preparar para a possível abertura de um corredor humanitário para levar suprimentos de ajuda humanitária à Faixa.
  • Em 15 de outubro, oito centros de saúde da UNRWA estavam funcionando em Gaza, prestando serviços primários de saúde, com suprimentos estimados em menos de um mês.
  • De acordo com o grupo de saúde, há um total de 3.500 leitos hospitalares em Gaza. As ordens de evacuação se aplicam a 23 hospitais em Gaza e no norte de Gaza, com capacidade para 2.000 leitos.

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