Jamil Chade

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Amorim deve representar Lula em reunião entre Venezuela e Guiana na quinta

O Palácio do Planalto afirmou, neste domingo, que o embaixador Celso Amorim deverá ser o representante do Brasil a reunião entre Venezuela e da Guiana. Os dois países vão se encontrar para discutir sobre o território de Essequibo na próxima quinta-feira (14).

A reunião acontecerá em São Vicente e Granadinas, arquipélago do Caribe, e que preside a Celac. O objetivo é permitir que a mediação ocorra dentro da região latino-american — mas sem a presença da OEA, órgão atacado por Caracas.

A escolha, portanto, foi pela atuação do primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, que conta com boas relações tanto com a Venezuela como com a Guiana.

O presidente Lula (PT) foi convidado para participar do encontro. Mas, segundo o governo, a sinalização é de que Celso Amorim, o assessor especial da Presidência, será destacado para a missão. O diplomata já havia estado há duas semanas em Caracas.

A negociação para a realização do encontro ocorreu após conversas de Nicolás Maduro com Lula. No telefonema ocorrido ontem, o brasileiro transmitiu sua posição contrária a "medidas unilaterais que levem a uma escalada da situação" e ressaltou que a América Latina "é uma região de paz".

Conforme o UOL apurou, o governo de Joe Biden, nos EUA, procurou interlocutores brasileiros, pedindo que o Palácio do Planalto e o Itamaraty atuem para acalmar a situação na fronteira entre Venezuela e Guiana, evitando que a crise saia do controle.

A Casa Branca está de fato preocupada com a tensão na América do Sul, mas sabe que não pode e não tem condições de lidar com a crise neste momento. Para Washington, o Brasil seria um ator "adequado" para agir no sentido de evitar uma escalada militar. Nas conversas, os americanos consideram que o governo Lula estaria numa posição privilegiada para promover esse diálogo.

Os contatos entre americanos e brasileiros estão ocorrendo "de forma constante" nos últimos dias, segundo fontes do alto escalão no Executivo.

A Casa Branca quer que duas mensagens sejam passadas, de forma simultâneas:

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Venezuela - um alerta claro para Maduro de que, se ele seguir com esses planos, não haverá qualquer chance de retirada das sanções internacionais que asfixiam sua economia e que todo o avanço nas negociações com a oposição será interrompido.

Guiana - um recado de que o fato de contar com a simpatia diplomática, militar e política dos EUA não significa que o governo local deve endurecer seu discurso ou se sentir empoderado, evitando qualquer tipo de diálogo.

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