Belém tem presépio de escombros; relator da ONU denuncia genocídio em Gaza
Neste ano, a cidade de Belém, na Cisjordânia, optou pelo silêncio para marcar o Natal. Um gesto em solidariedade às vítimas da guerra em Gaza.
Mas uma igreja foi além. No presépio montado tradicionalmente no local, o menino Jesus aparece entre escombros, uma referência à destruição de milhares de casas e de vidas desde outubro no território palestino.
A iniciativa foi da Igreja Evangélica Luterana de Natal. Em seu presépio, um boneco de um bebê está coberto pelo lenço palestino keffiyeh, símbolo da resistência e da luta por terra.
Mas é o entorno que chama a atenção. Jesus está entre escombros, numa referência às mais de 7.800 crianças mortas em Gaza, de um total de de 20 mil vítimas.
Para os organizadores do presépio, aquele Jesus representa as milhares de crianças enterradas sob os escombros em Gaza, número que nem sequer se conhece até agora.
Em entrevista à imprensa local, o pastor Munther Isaac contou que foram as famílias que formam parte da congregação quem montaram o presépio. No dia que ele foi colocado, muitos choravam.
O presépio de escombros ainda ocorre no momento em que o relator da ONU para o Direito à Moradia Adequada, Balakrishnan Rajagopal, denuncia abertamente o governo de Israel por genocídio em Gaza.
"O que aconteceu em Gaza é o resultado do que chamo de "impunidade institucionalizada", escreveu o relator, em suas redes sociais às vésperas do Natal.
"Impunidade pela ocupação. Por uma guerra de extermínio. Genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade", disse.
Segundo ele, "se o Tribunal Penal Internacional não agir muito em breve, precisaremos de um tribunal especial para Gaza e de ações por parte dos Estados".
Reportagem
Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.