Brasil tenta ressuscitar OMC, e chanceler pedirá reforma da entidade
![22.fev.2024 - Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, em pronunciamento após reuniões do G20 22.fev.2024 - Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, em pronunciamento após reuniões do G20](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/6e/2024/02/22/22fev2024---mauro-vieira-ministro-das-relacoes-exteriores-em-pronunciamento-apos-reunioes-do-g20-1708632894094_v2_900x506.jpg)
O governo brasileiro vai defender a reforma da OMC (Organização Mundial do Comércio), instituição que vive uma profunda paralisia há anos e que, durante os dois primeiros mandatos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foi a grande aposta no setor comercial da diplomacia do Itamaraty.
Em um discurso na abertura da Conferência Ministerial da OMC, que começa nesta segunda-feira em Abu Dhabi, o chanceler Mauro Vieira vai fazer um apelo para que uma reforma seja realizada na instituição, que já foi considerada como o epicentro da globalização.
Mas a incapacidade de se chegar a um acordo por consenso, o racha entre países ricos e emergentes, a expansão comercial da China e, depois, a recusa de Donald Trump de fazer qualquer tipo de concessão transformaram a entidade no símbolo da crise do multilateralismo.
Vieira, portanto, vai defender a ideia de que uma forma seja estabelecida para permitir que a entidade volte a ser relevante. Outro ponto que será reivindicado pelo Brasil é a retomada do funcionamento dos tribunais da OMC. Por um gesto que começou no governo Trump e foi mantido na gestão de Joe Biden, os EUA vetaram a nomeação dos juízes do Órgão de Solução de Controvérsias e, assim, desmontaram a operação do sistema que julgava se um país havia ou não violado as regras internacionais do comércio.
Para o Brasil, os tribunais precisam voltar a operar.
Como presidente do G20, o chefe da diplomacia brasileira leva ainda a mensagem da reunião de chanceleres com virtual unanimidade sobre a necessidade urgente de reforma da organização
O chanceler também fará uma cobrança para que a liberalização agrícola, defendida há décadas pelos emergentes, possa de fato avançar. Tradicionalmente, foram os governos dos EUA e Europa que bloquearam qualquer acordo que significasse um maior acesso dos produtos brasileiros e de outros países em desenvolvimento para seus mercados. Mas, nos últimos anos, o impasse também foi causado por emergentes importadores de alimentos, como a Índia.
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