Jamil Chade

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Reportagem

250 artistas e intelectuais se unem contra censura à obra de Tenório


Mais de 250 escritores, artistas, intelectuais e cientistas se unem para denunciar a censura sofrida pelo escritor Jeferson Tenório.

Seu livro O avesso da pele foi alvo de um veto por parte da diretora de uma escola no Rio Grande do Sul. Em uma mensagem nas redes sociais, ela alegou que a obra era inadequada para estudantes do Ensino Médio. Vencedor do Prêmio Jabuti, o livro traça uma dura crítica ao racismo no país e havia sido selecionado pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) para professores e estudantes de escolas públicas de todo o país.

"Solicito ao Ministério da Educação buscar os 200 exemplares enviados para a escola. Prezamos pela educação dos nossos estudantes e não pela vulgaridade", disse Janaina Venzon, a diretora da escola, em vídeo.

Agora, o grupo Liberdade e Literatura composto por nomes como Ailton Krenak, Afonso Borges, Conceição Evaristo, Bruno Lombardi, Carla Madeira, Denise Fraga e Djamila Ribeiro sai em apoio ao escritor. Para eles, é preocupante "quando setores reacionários resolvem perseguir um escritor, tentar proibir seu livro, impedir que seja adotado nas escolas".

"Quando a censura é permitida, toda a cultura de um país é agredida. Ferem de morte a democracia, o direito de um autor se expressar, tiram a oportunidade de alunos entrarem em contato com textos escritos que foram observados e selecionados por comissões especializadas e preparadas para levar qualidade ao ensino", afirma o grupo, composto ainda por Lilia Schwarz, Malu Mader, Maria Homem, Mia Couto, Milton Hatoun, Pilar Del Rio e Silvio Almeida.

"Assim, mais uma vez, vimos a público apoiar o escritor Jeferson Tenório. O avesso da pele é um grande livro, aborda temas relevantes, critica o racismo e tem o poder de proporcionar ao jovem leitor reflexão e crescimento a partir de sua leitura", diz a iniciativa que também inclui Sueli Carneiro, Valter Hugo Mãe, Tom Farias, Zélia Duncan e Zuenir Ventura.

"Desejar cancelá-lo é atitude conservadora, atrasada, própria de mentes não evoluídas. Um absurdo a necessidade de se levantar a voz em defesa de um livro. Deplorável ver pretensos educadores envolvidos em esforço de se proibir a circulação de uma obra", diz o texto, escrito por Ricardo Ramos Filho e Afonso Borges e baseado no texto publicado pela UBE.

"Estamos engajados na luta favorável ao grande Jeferson Tenório. Viva o enorme romance O avesso da pele!", completa.

A petição está aberta a adesões.

Reportagem

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