Jamil Chade

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Brasil aumentou dependência comercial com China e reduziu com EUA, diz ONU

Um informe publicado nesta quinta-feira revela que, em 2023, o Brasil reduziu sua dependência em relação ao comércio exterior com os EUA. Mas registrou um aumento dessa tendência com os chineses.

O levantamento da Conferência da ONU para Comércio e Desenvolvimento avalia que existe uma mudança no padrão de exportação e importação, diante do impacto geopolítico causado principalmente pela guerra na Ucrânia e o fortalecimento da relação entre os países emergentes.

Segundo a agência da ONU, os dados "indicam que os padrões de comércio bilateral têm favorecido o comércio entre países com posições geopolíticas semelhantes".

O levantamento afirma que a dependência do Brasil com a China aumentou em 3%. Enquanto sofreu uma retração de 1,1% com os EUA.

No que se refere ao comércio com a China, o governo brasileiro de fato indica que o fluxo bateu novo recorde, somando US$ 157,4 bilhões. Trata-se de um aumento de 4,9% em comparação ao ano de 2022.

As vendas brasileiras para o mercado chinês somaram US$ 104,3 bilhões, 16,6% a mais que em 2022. Mas as importações sofreram uma queda de 12%, com US$ 53,1 bilhões.

O caos mais explícito de mudança de fluxo de comércio é o da Rússia, alvo de pesadas sanções por parte do Ocidente diante da invasão ao território ucraniano. Como resultado, houve uma queda de 5,3% da dependência do Kremlin em relação ao mercado europeu. Mas um salto de 7,1% em relação ao comércio com a China.

"As questões geoeconômicas continuam a desempenhar um papel significativo na formação das principais tendências do comércio bilateral", disse a Conferência da ONU.

"Esses fatores não apenas afetam o comércio entre as principais economias globais, mas também influenciam indiretamente sua dinâmica comercial com outros parceiros comerciais", alertou.

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Além da mudança do padrão russo, o levantamento também indicou que a interdependência entre China e EUA foi reduzida em 2023.

No ano passado, o comércio mundial somou US$ 31 trilhões, US$ 1 trilhão a menos que o recorde atingido em 2022.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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