França, Rússia e EUA pedem que cidadãos evitem viajar para o Oriente Médio
![Famílias de membros do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica que foram mortos no ataque aéreo ao complexo do consulado iraniano na capital síria, Damasco, carregam seus caixões durante uma cerimônia fúnebre em Teerã, Irã, em 4 de abril de 2024 Famílias de membros do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica que foram mortos no ataque aéreo ao complexo do consulado iraniano na capital síria, Damasco, carregam seus caixões durante uma cerimônia fúnebre em Teerã, Irã, em 4 de abril de 2024](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/94/2024/04/07/familias-de-membros-do-corpo-da-guarda-revolucionaria-islamica-que-foram-mortos-no-ataque-aereo-israelense-ao-complexo-da-embaixada-iraniana-na-capital-siria-damasco-carregam-seus-caixoes-durante-uma-1712510741658_v2_900x506.jpg)
Num sinal claro de que algumas das principais potências temem uma escalada da guerra nos próximos dias, os governos da França, EUA e Rússia alertaram seus cidadãos que evitem viajar para e pelo o Oriente Médio nos próximos dias.
O recado foi dado depois de que a inteligência de potências ocidentais identificaram a possibilidade de que o Irã — ou seus aliados — retalie Israel. O governo americano chegou a informar aos europeus que a ação seria "iminente".
No começo do mês, o Irã acusou Israel de ter atacado seu consulado na Síria — um dos personagens mais relevantes da Guarda Revolucionária, o general de brigada Mohammad Reza Zahedi, foi morto. Na última quarta (10), o líder supremo iraniano, Ayatollah Ali Khamenei, qualificou o ataque como sendo equivalente a uma ofensiva contra o próprio território iraniano e que Israel teria de ser "punido".
A situação elevou a tensão e o temor de que a guerra em Gaza ganhe uma dimensão regional sem precedentes.
Nos últimos dois dias, a incerteza levou o barril do petróleo a superar a marca dos US$ 90, enquanto analistas do setor financeiro apontam que um ataque iraniano poderia levar o preço a bater US$ 100.
Diante da crise, o Ministério das Relações Exteriores da França aconselhou nesta sexta (12) os franceses a não viajarem para o Irã, Líbano, Israel e territórios palestinos. Paris acrescentou que os parentes dos diplomatas baseados no Irã retornarão à França e que os funcionários públicos franceses estão agora proibidos de realizar qualquer missão no Irã, Líbano, Israel e nos territórios palestinos.
O alerta ocorre três dias depois que o presidente Emmanuel Macron afirmou a líderes israelenses que havia mandado recados aos iranianos para que não fizessem qualquer ato contra Israel.
Um dia antes, o governo da Rússia já havia feito o alerta a seus nacionais, enquanto a diplomacia de Joe Biden restringiu o movimento de seus funcionários e parentes em Israel, proibindo qualquer viagem para fora de Tel Aviv, Jerusalém e Be'er Sheva.
Numa mensagem, Biden ainda confirmou que os iranianos ameaçavam lançar um "ataque significativo" em Israel e que seu governo mantinha seu promissor de proteger seu principal aliado.
Mobilização para evitar uma escalada
Nos bastidores, porém, a diplomacia mundial se mobilizou para tentar convencer o Irã a não ir adiante com a retaliação contra Israel.
A ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, telefonou para o chanceler iraniano, Hossein Amirabdollahian, na quinta (11), alertando para o impacto de uma eventual ação de Teerã. "Ninguém pode ter qualquer interesse em uma escalada regional", disse o ministério alemão. "Todos os participantes da região são chamados a agir de forma responsável e a exercer a contenção", pediu.
Já o governo Biden acionou a China, Turquia e a Arábia Saudita para que convençam Teerã a não fazer o ataque.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, conversou com seus homólogos, incluindo o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi. "Também conversamos com aliados e parceiros europeus nos últimos dias e pedimos que eles também enviassem uma mensagem clara ao Irã: que a escalada não é do interesse do Irã, não é do interesse da região e não é do interesse do mundo", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matt Miller.
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