Jamil Chade

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Reportagem

Reconstrução no RS levará 'pelo menos um ano', alerta Cruz Vermelha


A Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV) alerta que a reconstrução das áreas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul vai levar pelo menos um ano. A entidade lançou nesta segunda-feira um apelo internacional para implementar um plano de emergência e atender às vítimas.

A instituição pede 8 milhões de francos suíços (R$ 45 milhões) para "ampliar a assistência humanitária às comunidades afetadas pelas enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul".

"Essa inundação sem precedentes afetou dois milhões de pessoas em áreas rurais e urbanas, e o número de desabrigados ultrapassou 620 mil, com mais de 81 mil pessoas alojadas em escolas, ginásios e outros abrigos temporários", afirmou.

"Esses números podem aumentar, pois os danos ainda estão sendo avaliados em algumas áreas remotas ou isoladas, e o estado está novamente em alerta com o risco de as águas subirem a níveis recordes na capital, Porto Alegre". disse.

Por meio desse apelo emergencial, a Federação Internacional da Cruz Vermelha apoiará, pelos próximos 12 meses, 25 mil pessoas que perderam suas casas e precisam urgentemente de assistência, especialmente famílias monoparentais com crianças menores de cinco anos, idosos e pessoas com deficiência.

"Desde o início das chuvas, as equipes da Cruz Vermelha Brasileira (CVB) têm trabalhado ininterruptamente para manter as pessoas seguras. Os voluntários da Cruz Vermelha têm prestado primeiros socorros, assistência médica e apoio psicológico à população afetada. Nos abrigos, eles estão realizando iniciativas de promoção de higiene e ajudando as pessoas a entrar em contato com seus entes queridos", diz o comunicado emitido em Genebra.

A entidade ainda ativou centros de coleta e enviou toneladas de suprimentos de socorro para as áreas afetadas. "Os voluntários ajudarão a distribuir os suprimentos e trabalharão com as autoridades locais para avaliar as necessidades e os danos em 160 comunidades. Com o apoio da IFRC, eles ampliarão sua resposta, concentrando-se na saúde por meio da promoção da saúde e da higiene, do apoio psicossocial e do acesso à água potável", explicou.

Somente em Porto Alegre, mais de 80% dos moradores não têm água encanada. Cinco das seis instalações de tratamento de água da cidade não estão funcionando, e as autoridades locais decretaram que a água deve ser usada exclusivamente para consumo essencial.

"No prazo imediato, vamos nos concentrar em cuidar da saúde física e mental das pessoas mais vulneráveis, garantindo que elas tenham acesso à água - incluindo informações e meios para realizar a desinfecção doméstica da água - e distribuindo artigos de limpeza e higiene, cobertores, lâmpadas solares e conselhos sobre prevenção de doenças", disse Daniel Bolaños, chefe da delegação da FICV no Cone Sul.

À medida que a resposta inicial avança, os especialistas em resposta a desastres da FICV que já estão na área afetada estão preparando o terreno para ampliar a resposta. "A recuperação das enchentes levará pelo menos um ano, e a Cruz Vermelha está pronta para coordenar com as próprias comunidades afetadas o que precisa ser priorizado e como lidar com isso ao longo do tempo", completou Bolaños.

Reportagem

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