Extrema direita global se une e projeção indica guinada reacionária na UE
Numa tentativa de catapultar o movimento ultraconservador, a extrema direita europeia se une em um pacto contra a imigração e para rever as medidas contra as mudanças climáticas.
Em encontro neste fim de semana na Espanha, o movimento conservador apresentou o que seria a plataforma eleitoral para tentar ampliar sua influência no resultado da eleição ao Parlamento Europeu, em 9 de junho.
As pesquisas de opinião apontam que partidos de extrema direita podem terminar em primeiro lugar em nove dos 27 países da UE, incluindo França e Holanda. Eles ainda seriam a segunda ou terceira maior força política na Alemanha, Espanha, Portugal e Suécia.
O encontro que tem seu auge neste domingo (19) em Madri foi liderado pelo Vox, partido espanhol herdeiro dos franquistas, e contou com o líder argentino Javier Milei, com a francesa Marine Le Pen, com o húngaro Viktor Orban, com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e outros nomes da extrema direita europeia.
Estarão também em Madri representantes do governo de Israel que, hoje, têm na extrema direita europeia grandes aliados na guerra em Gaza. O evento ainda terá a participação do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, considerado foragido.
Por outro lado, protestos por Madri tentam denunciar a transformação da cidade como o epicentro de grupos reacionários.
'Pacto'
O pacto de dez pontos que serve como plataforma eleitoral para a Europa conta com pontos polêmicos sobre imigração, soberania, defesa dos cristãos, negacionismo climático e protecionismo agrícola.
Eis alguns pontos da plataforma da extrema direita:
Valores tradicionais: Preservação da identidade nacional e um compromisso com "as tradições, as liberdades e os valores da Europa". Isso envolve uma reforma da UE e "dar início a uma nova era que aumente a soberania" dos estados-membros.
Proteger os cristãos em todo o mundo.
Fortalecer o setor de defesa da Europa e intensificar o papel da OTAN.
Fechar fronteiras: "Segurança da UE contra a imigração ilegal", ampliando repatriação e evitando que os fluxos migratórios sejam usados como uma "arma híbrida" contra Europa.
Protecionismo agrícola: compromisso por soberania alimentar e apoio aos agricultores.
Desmonte de medidas climáticas: Revisar o Pacto Verde da UE, defendendo um novo equilíbrio entre ações climáticas e prosperidade. O grupo quer "uma estratégia climática mais equilibrada" e que não esqueça das pessoas comuns. Em outras palavras, o desmonte dos acordos climáticos assinados entre os europeus nos últimos anos.
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