Jamil Chade

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Reportagem

Suíça pede, mas Lula se recusa a ir à cúpula sobre Ucrânia

O governo da Suíça pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que esteja presente na conferência de cúpula sobre a guerra na Ucrânia. Mas o Brasil se recusou.

O evento, sediado pelos suíços, não conta com a presença da Rússia e, portanto, é visto pelo Brasil como insuficiente para lidar com a crise. Nesta quinta-feira, Lula teve um encontro em Genebra com a presidente da Suíça, Viola Amherd, e o tema voltou a ser tratado. O brasileiro desembarcou nesta manhã na Suíça, onde fez um discurso na OIT (Organização Internacional do Trabalho).

Segundo nota do governo, a suíça fez o pedido uma vez mais para que Lula esteja presente. Mas ele declinou o convite.

"O presidente cumprimentou a Suíça pela organização da Conferência, mas reiterou a posição do Brasil, de que uma solução para a crise demandaria a participação de representantes dos dois lados do conflito. E reiterou o interesse do Brasil de participar e ajudar a viabilizar discussões de paz entre as duas partes", disse o governo, em nota.

O governo brasileiro justifica que, sem o Kremlin, não existe motivo para um encontro que serviria apenas para chancelar a posição de Volodymyr Zelensky. O ucraniano defende um plano de dez pontos para acabar com a guerra. Mas exige a retirada russa de todos os territórios ocupados.

Vladimir Putin declarou a interlocutores brasileiros que aceitar tal exigência seria o equivalente a uma capitulação.

Lula já falou a Zelensky que não existe uma "negociação unilateral" para se chegar a um acordo que encerre o conflito.

Por esses motivos, Lula declinou o convite dos suíços para participar do evento. Além disso, havia determinado que nenhum ministro estaria presente. A única representação do Brasil será em nível de embaixador, um sinal claro de que o governo não quer chancelar o evento.

Em reuniões preparatórias, as autoridades suíças tentaram convencer o Brasil a se engajar com uma delegação de alto nível ou que pelo menos estivesse presente na condição de observador.

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O temor do governo Lula, porém, é de que essa condição seja ignorada no momento de se declarar as conclusões do encontro e anunciar quem estava presente. Isso poderia dar a impressão de que o Brasil apoiaria a iniciativa.

Durante as negociações para a convocação da reunião de cúpula, os suíços ainda modificaram a programação para tentar convencer Brasil e outros emergentes a participar. Mas, ainda assim, a agenda continuou sendo baseada nos planos de Zelensky.

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