Europeus cobram de Maduro 'transparência', mas evitam chancelar oposição
As principais economias da Europa se unem para cobrar Nicolas Maduro a adotar transparência total nas eleições realizadas na semana passada. Mas não seguem a linha dos EUA de reconhecer a vitória da oposição.
Numa declaração conjunta, os governos da Alemanha, Espanha, França, Itália, Holanda, Polônia e Portugal pediram que as autoridades venezuelanas "publiquem rapidamente todos os registros" da eleição presidencial da Venezuela para "garantir a total transparência" do processo.
O grupo é composto tanto por governos liderados por partidos socialistas como pela extrema direita, como no caso da Itália.
A iniciativa foi costurada entre Roma e Paris, depois que o bloco europeu com seus 27 países não conseguiu chegar a um consenso sobre uma declaração conjunta. Na ocasião, o governo de Viktor Orban (Hungria), de extrema direita, foi contrário à iniciativa de colocar pressão sobre Maduro.
Os sete países da União Europeia afirmaram sua "forte preocupação" com a situação na Venezuela.
"Pedimos às autoridades venezuelanas que publiquem rapidamente todos os registros de votação para garantir a total transparência e integridade do processo eleitoral (...) Essa verificação é essencial para reconhecer a vontade do povo venezuelano", disseram os sete países europeus.
Os europeus lembraram que a oposição "coletou e publicou mais de 80% dos registros de votação produzidos em cada seção eleitoral".
Alerta contra repressão
O grupo ainda quer garantias de que o governo irá respeitar o 'direito de protesto e reunião pacífica' do povo venezuelano. "Os direitos de todos os venezuelanos, em particular dos líderes políticos, devem ser respeitados durante esse processo. Condenamos veementemente qualquer prisão ou ameaça contra eles", disse a declaração.
Nos últimos dias, a ONU tem alertado sobre as indicações de que a "máquina de repressão" do governo Maduro voltou a ser implementada.
Reportagem
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