Israel planeja esvaziar Gaza de palestinos; mortes já superam 50 mil
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O Ministério da Saúde em Gaza anunciou neste domingo que as mortes na região superaram a marca dos 50 mil. Os dados estão sendo publicados depois de uma retomada da ofensiva israelense em Gaza e o colapso das negociações para um acordo de paz. O motivo para a retomada dos ataques, segundo Tel Aviv, seria a recusa do Hamas em libertar os reféns que continuam sob seu poder.
O atual estágio da crise entre palestinos e israelenses começou em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas fez um ataque contra Israel e deixou 1,2 mil mortos. O grupo palestino ainda fez reféns, o que levou o governo de Benjamin Netanyahu a iniciar uma ofensiva sem precedentes sobre Gaza.
Além dos 50 mil mortos, os dados oficiais e que são usados inclusive pelos organismos internacionais apontam que existam 113 mil pessoas feridas, além de milhares de outros desaparecidos e que estariam sob os escombros.
O governo de Israel alega que muitos dessas vítimas são ativistas do Hamas e que os números não fazem distinção entre combatentes e civis. Os palestinos, porém, apontam que mulheres e crianças representam 70% das mortes.
Netanyahu foi indiciado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Uma ordem de prisão foi estabelecida. Mas o governo de Donald Trump decidiu não apenas reforçar o apoio ao líder israelense como adotou sanções financeiras e de vistos contra o procurador-geral do Tribunal, Karim Khan.
Desde o colapso do cessar-fogo, mais de 673 pessoas foram mortas em Gaza. O número de 50 mil mortos foi atingido na noite deste domingo, depois que Israel matou mais 26 palestinos, incluindo um dos líderes políticos do Hamas.
Limpeza étnica
Além dos ataques, o governo de Israel aprovou uma proposta para criar um órgão que irá conduzir as "saídas voluntárias" da população de Gaza. A meta do governo Trump é a de retirar uma parte ou todos os palestinos, plano que vem sendo criticado pelos demais países árabes e pela comunidade internacional.
Grupos de direitos humanos e mesmo a ONU chamaram o plano de criminoso, equiparando a operação a uma "limpeza étnica".
Israel Katz, ministro da Defesa, afirmou que o novo órgão irá "coordenar a passagem por terra, mar e ar para os países de destino" da população palestina em Gaza.
Nos EUA, membros do governo Trump falam abertamente sobre o "direito bíblico de Israel" sobre terras palestinas, enquanto o próprio presidente diz que irá "tomar" Gaza para construir uma "riviera, com hotéis".
Trump também alertou que, se o Hamas não soltar todos os israelenses, "as portas do inferno se abrirão".
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