Kassab aposta todas as fichas em Eduardo Leite e 50 deputados pós janela

Kassab tece com cuidado artesanal a tapeçaria que dará base ao PSD. Conversar com Kassab é navegar no mundo "Política 24h". Você percebe que a cabeça dele está maquinando ininterruptamente.

Cuidar do PSD é a missão de fundo, ampliá-lo a ponto de ser um dos maiores protagonistas no mundo do Poder, sua meta-síntese. Obstinação costuma gerar resultados.

No âmbito parlamentar, crê que o partido fechará a janela partidária com 50 deputados e após a eleição alcançará no mínimo 60 deputados, como falou. Creio que está sendo conservador, aplicando a sábia prudência para não parecer ufanista, mas acredito que deve atingir 65 a 70, da forma como detalha o trabalho em cada estado.

Deve entrar no G5 partidário, com PT, PL, União Brasil e PP. São os partidos que irão repartir o controle da Câmara.

Kassab afirma que surpreenderá com um acordo programático, que é realmente o que falta ao PSD.

O partido deseja ser um Centrão do Bem. Propiciar maioria para projetos fundamentais. Como, provavelmente, as reformas tributária, administrativa e partidária. Kassab reafirma sua opção por trabalhar pela redução dos partidos. O que vai ao encontro de extinguir o manicômio partidário presente, facilitado pela decisão do STF em 2006. Gilmar Mendes, amigo de Kassab, já teria reconhecido a existência de um "mea culpa" por parte de alguns ministros. Foi muito ruim.

Kassab aposta todas as fichas que tem na vinda Eduardo Leite, mas afirma que gostaria que fosse Leite a fornecer a notícia esperada por ele.

Com isso, ele pretende dar a devida identidade ao partido, como mencionou mais uma vez, para executar mais um grande passo em sua consolidação. Mesmo que Leite não vença, se lograr perfazer de 10% a 15%, já sustentaria identidade pretendida. E, na melhor hipótese, assombraria com a encarnação da terceira via, tão desejada pelos Nem-Nem, mas que ainda não se materializou.

É uma aposta onde Kassab só perde, se Leite tiver um desempenho sofrível.

Kassab nega o mal-estar entre os senadores, e alega que certas declarações são feitas no calor da necessidade regional, porém o partido estaria melhor com um candidato próprio, evitando a escolha Lula ou Bolsonaro. O PSD tem governadores nas duas pontas. Seria complicado harmonizar. O partido perderia a identidade, justamente o que Kassab quer conquistar.

O PSD é partido em fase de voo para o patamar mais alto, enquanto enxerga partidos tradicionais como PSDB e MDB se desidratando e o DEM ser incorporado, aceitando não presidir a sigla nova. Enfraqueceu-se claramente. A briga entre ACM Neto e Rodrigo Maia foi o ponto de ebulição.

Kassab está armando seu exército

Ele está ON.