Assassinato anunciado deveria aumentar as chances de regular redes sociais

O anúncio do adolescente de 13 anos, em uma rede social, que atacaria uma escola em São Paulo deveria estimular a regulação das redes sociais no Brasil, na opinião do colunista do UOL José Roberto de Toledo. Uma professora foi morta e outras cinco pessoas ficaram feridas.

Se o assassinato anunciado não aumenta as chances de regulação das redes sociais, no mínimo deveria aumentar."
José Roberto de Toledo

Para Toledo, inclusive, os algoritmos das redes sociais acabam ajudando para que casos extremos aconteçam, uma vez que criam "bolhas" de pessoas com o mesmo tipo de pensamento.

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"Esse caso desse adolescente que anunciou o que ia fazer e foi estimulado é um fenômeno típico pós-redes socais porque ele [o adolescente] consegue não só criar uma audiência e um grupo de pessoas que tenham essas mesmas tendências radicais, como os algoritmos acabam criando novos radicais porque tudo aquilo que gera engajamento é favorecido pelo algoritmo. (...) enquanto mais radical e exagerado você for, mais beneficiado vai ser pelos algoritmos", disse no Análise da Notícia.

Regulação externa. O colunista do UOL ainda afirmou que o argumento de auto regulação das redes sociais não é suficiente, pois pessoas radicais e extremistas estão sendo criadas e proliferadas pelas próprias redes. Ele, inclusive, citou o exemplo do Twitter que foi comprado por Elon Musk com um discurso de "poder fazer tudo". "Precisa de uma regulação externa, não dá para contar com a boa vontade de quem for o dono da vez de uma plataforma para se auto regular. Você tem que ter uma regulação externa", afirmou.

STF precisa intervir. O STF (Supremo Tribunal Federal) realizou hoje (28) uma sessão pública para ouvir argumentos contra e a favor da regulação das redes sociais. Para Toledo, a decisão deve partir do STF, uma vez que o Congresso não deve tomar uma decisão sobre o assunto. "Os ministros do Supremo foram muito claros ao dizerem que não dá mais e tem que regular. Tem que ter um tipo de regulação externa e isso vai ser objeto de julgamento no Supremo. Se o Congresso não legislar, o Supremo vai legislar".

Multas e restrições financeiras. Toledo ainda afirmou que enquanto as empresas responsáveis pelas redes sociais não sofreram sanções econômicas, o cenário não deverá mudar. "Enquanto essas empresas não tiverem algum tipo de estímulo econômico, leia-se restrições, multas e proibições pelo que elas fazem, elas vão continuar fazendo isso e enxugando gelo tentando tirar uma parcela ínfima do ar depois que o estrago já estiver feito", finalizou.

Não vai ser a regulação que vai acabar com o problema, a regulação só vai criar as condições de punibilidade para diminuir um pouco o estímulo que existe hoje para piorar a situação."
José Roberto de Toledo

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