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Opinião

As cinco dúvidas cruciais sobre o conflito no Oriente Médio

Durante o programa Análise da Notícia, o colunista do UOL José Roberto de Toledo apontou cinco questões que podem ser cruciais nos desdobramentos do conflito entre Israel e Hamas no Oriente Médio. Ainda de acordo com o colunista do UOL, o Irã é um dos principais atores do conflito, apesar de não estar formalmente envolvido. Confira as cinco dúvidas cruciais e os cenários para a evolução do conflito:

Irã irá se envolver no conflito?

Qual é o papel dos Estados Unidos no conflito?

Como Israel vai reagir aos ataques?

Como os palestinos vão se comportar?

O que vai acontecer com a Arábia Saudita?

Irã poderá mudar a escala do conflito. Apesar de o Irã negar qualquer envolvimento direto no ataque do Hamas, o porta-voz do grupo agradeceu o apoio iraniano. Isso aumentou a tensão sobre o Irã e a possibilidade de uma retaliação militar de Israel. Se isso acontecer, o conflito muda de escala pelo fato de o Irã ser uma potência militar, diferentemente da Palestina, e possuir instalações que desenvolvem armas nucleares. Israel poderia atacar o Irã com seus aviões de última geração, F-35, e ter consequências desastrosas para a economia. O Irã tem segurado o aumento do preço do petróleo aumentando sua produção, mas se o país for envolvido no conflito suas exportações de petróleo serão afetadas. Além disso, o Irã está localizado em uma região onde passa boa parte do carregamento de petróleo e gás natural que abastece a Europa e os Estados Unidos.

Qual será o papel dos Estados Unidos? Até agora os Estados Unidos estão dando um apoio retórico a Israel, com o presidente Joe Biden, inclusive chamando o ataque do Hamas de "terrorista". Se o país decidir se envolver militarmente no conflito, a guerra iria escalar ainda mais e ter consequências gravíssimas.

Qual será a reação de Israel aos ataques? O ministro da Defesa de Israel afirmou que não há condições de abrir negociações no momento e é necessário dar uma resposta militar para causar um "efeito intimidador". Por ter um vasto arsenal militar, Israel consegue manter um equilíbrio na região mesmo estando cercado por inimigos, mas o ataque feito pelo Hamas mostrou uma fragilidade de Israel e aterrorizou sua população. Um dos intuitos do Hamas foi mostrar a vulnerabilidade de Israel para o país sofrer outros ataques e agora a grande dúvida é se Israel irá reagir com bombardeios, como já está fazendo, ou se irá partir para uma invasão militar terrestre, que significaria um número muito maior de mortes.

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Qual será o comportamento dos palestinos? A Palestina irá fechar com o Hamas ou irá se inclinar para o outro lado da força política que disputa o poder entre os palestinos? Até o momento não houve indícios de como será esse posicionamento.

Arábia Saudita pode fazer o conflito escalar ainda mais. A Arábia Saudita estava fazendo um movimento em direção ao plano americano de reconhecer o estado de Israel e tentar buscar um acordo a despeito dos palestinos. Será que o posicionamento será mantido ou será que os estados árabes vão voltar a se unir em torno dos palestinos e escalar ainda mais o conflito?

Esse conflito é uma guerra que colocou todas as outras guerras em segundo plano. Esse conflito tem implicações globais que mexem na vida de todas as pessoas, no preço do petróleo e dos combustíveis, na cotação de moedas e na taxa de juros americana. São variáveis múltiplas que vão afetar todo o mundo e essa é a grande diferença em relação a outras guerras. José Roberto de Toledo

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O Análise da Notícia vai ao ar às terças e quartas, às 19h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

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Veja abaixo o programa na íntegra:

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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