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Josias de Souza

Otimista com o STF, Lula já não teme Lava Jato

                                SéRGIO CASTRO/ESTADãO CONTEúDO
Imagem: SéRGIO CASTRO/ESTADãO CONTEúDO

Colunista do UOL

14/09/2020 19h16

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A força-tarefa de Curitiba espetou na biografia de Lula mais uma denúncia criminal. Nela, o líder petista é acusado de lavar R$ 4 milhões em propinas da Odebrecht, camuflando-as como doações para o Instituto Lula. Noutros tempos, Lula talvez esboçasse alguma preocupação. Hoje, recebe a notícia com a tranquilidade de quem sabe que o novo lance da Lava Jato, mesmo que prospere, não o levará de volta à cadeia.

Lula reúne todas as características de um político tradicional —grosso modo falando. Tomado pela pose, ele acha que é uma coisa. Mas sua biografia mostra que já virou algo completamente diferente. Coleciona duas condenações por corrupção. Uma, referente ao caso do tríplex, foi confirmada em três instâncias judiciais. Outra, do caso do sítio, foi ratificada na segunda instância.

Se o Supremo não tivesse modificado a regra sobre prisão, Lula estaria em cana. Entretanto, a revogação da regra que autorizava o encarceramento de corruptos condenados em segunda instância transformou a concretização da Justiça num evento que os recursos sem-fim e a prescrição dos crimes transformam em utopia.

No momento, Lula se considera mais próximo de uma candidatura presidencial do que da cadeia. Surfa a onda anti-Lava Jato enquanto aguarda pelo julgamento do pedido de suspeição que protocolou contra Sergio Moro no Supremo. Dá de barato que a Segunda Turma da Corte anulará a sentença do ex-juiz da Lava Jato no caso do tríplex, abrindo caminho para a lavagem de sua ficha suja.