Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
STF começa a jogar sal na limonada que Bolsonaro esperava espremer na CPI
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Ao liberar o governador amazonense Wilson Lima de comparecer à CPI da Covid, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, começou a jogar sal na limonada de Bolsonaro. Na conversa telefônica que manteve com o senador Jorge Kajuru o presidente pediu que o interlocutor o ajudasse a fazer "do limão uma limonada" na CPI. "Se não mudar a amplitude, a CPI vai simplesmente ouvir o Pazuello, ouvir gente nossa, pra fazer um relatório sacana", declarou.
No telefonema, que foi gravado por Kajuru, Bolsonaro foi ao ponto. Disse que era preciso levar governadores e prefeitos ao ventilador. A comissão aprovou a convocação de nove governadores, todos já investigados pela Procuradoria-Geral da República e pela Polícia Federal por desvios de verbas da saúde. Wilson Lima seria o primeiro depoente. Ironicamente, trata-se de um aliado de Bolsonaro.
Na prática, a decisão de Rosa Weber converteu a convocação de Wilson Lima em convite. Tornou o comparecimento do governador facultativo. E autorizou o investigado a silenciar para não se autoincriminar. A ministra é relatora também de ação movida por 19 governadores. Eles pedem a suspensão de "qualquer ato da CPI referente à convocação para depoimento de governadores de estado e do Distrito Federal". A decisão sobre Wilson Lima sinaliza que a limonada que Bolsonaro esperava fazer na CPI desandou.
A novidade chega num instante em que a CPI começa a mudar de patamar. Até aqui, a comissão se dedicava a ouvir os Pazuellos de que falava Bolsonaro no diálogo com Kajuru. Nas próximas semanas, a investigação ganhará uma face financeira. O G7, grupo majoritário da CPI, se equipa para investigar os negócios impulsionados pela obsessão de Bolsonaro pela cloroquina.
Os senadores começaram a virar a página no instante em que aprovaram, na sessão de quarta-feira, a convocação do empresário Renato Spallicci. Ele é presidente da Apsen Farmacêutica, maior fabricante de hidroxicloroquina do país. Assinou em 2020 dois empréstimos com o BNDES no valor de R$ 153 milhões, dos quais R$ 20 milhões já foram liberados.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.