Josias de Souza

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Jean Wyllys causa desconforto ao Planalto antes da nomeação

Num governo de pacificação, um presidente precisa colecionar aliados e evitar brigas. Nessas horas, o pior auxiliar é aquele que deseja ver o sangue dos adversários. O companheiro Jean Wyllys excedeu as expectativas. Conseguiu transformar em inimigo um político que Lula se esforça para chamar de amigo, o governador gaúcho Eduardo Leite.

Lula ordenou ao ministro Paulo Pimenta que arrume um emprego para Jean Wyllys na Secretaria de Comunicação do Planalto. Há uma semana, o agraciado celebrou nas redes sociais: "A gente (re)constrói o país também desde a comunicação". A nomeação ainda não saiu no Diário Oficial. Mas o quase-futuro-construtor tornou-se um caso raro de eficiência reversa. Opera no modo demolição.

Nesta quinta-feira, apenas 20 dias depois de recepcionar Lula e Janja no Palácio Piratini, ao lado do seu companheiro Thalis Bolzan, Eduardo Leite formalizou no Ministério Público uma representação contra Jean Wyllys. Na origem da encrenca está a decisão do governador de manter no Rio Grande do Sul as escolas cívico-militares, que deixarão de receber verbas do MEC.

Jean correu às redes sociais com ânimo de demolidor: "Que governadores heteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay?? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então? Tá feio, bee!"

Leite comparou Wyllys a Roberto Jefferson e Bolsonaro, dois personagens que dão preconceito como a bananeira dá bananas. Ambos também foram acionados judicialmente pelo governador. Para Leite, o desrespeito e a homofobia não têm ideologia. Lula ainda não se pronunciou. Antes de formalizar a nomeação de Wyllys talvez precise esclarecer que não precisa de bumbo, pois ele faz muito barulho, mas é vazio por dentro.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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